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MPF investiga propinas de herdeiro da Gol para empresa de Cunha

O ex-parlamentar teria beneficiado as empresas do ramo de transportes do grupo em troca de R$ 3,5 milhões

atualizado

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Eduardo Cunha
1 de 1 Eduardo Cunha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ao pedir a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba apontou que empresas ligadas ao empresário Henrique Constantino, um dos herdeiros do criador da Gol Linhas Aéreas, teriam pago propinas ao deputado cassado por meio de transferências à Jesus.com – de Cunha e Cláudia Cruz, sua mulher –, e à GDAV, de Danielle Dytz Cunha e Felipe Dytz Cunha, filhos do peemedebista.

Ao todo, foram identificados pela Lava Jato com apoio da Receita Federal aportes para a Jesus.com que somam R$ 3,5 milhões entre julho e setembro de 2012 e em maio de 2015; e também R$ 1 milhão para a GDAV.

A Jesus.com é a antiga C3 Atividades de Internet e Rádio. Em nome da Jesus.com, Cunha mantinha veículos de luxo e outros bens. A GDAV, segundo os registros da Receita, atua na exploração de portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet.

Valores ilícitos
A Procuradoria da República em Curitiba já abriu uma investigação para apurar as suspeitas de que as empresas de transporte de Constantino teriam pago valores ilícitos para se beneficiar de medidas de Cunha na Câmara. “Praticamente todos os depósitos identificáveis na Jesus.com e na GDAV indicam uma só origem: o grupo econômico Constantino que comanda a empresa Gol Linhas Aéreas e diversas empresas de ônibus”, afirmam os procuradores no pedido de prisão de Cunha.

Eles ressaltam ainda que “não há indício de que as empresas Jesus.com e GDAV tenham prestado algum serviço efetivo de publicidade compatível com os valores depositados”.

Todos os repasses para a Jesus.com foram feitos por empresas de transportes ligadas a Constantino e pela empresa Almap Publicidade e Comunicação, que informou ao MPF ter pago R$ 1,4 milhão à empresa do peemedebista a pedido da Gol Linhas Aéreas.

A mesma Almap foi a principal fonte de recursos da GDAV em 2013, tendo pago R$ 1 milhão para a companhia dos filhos do peemedebista naquele ano. Neste caso, a companhia também informou ao MPF que os pagamentos, em cinco parcelas de R$ 200 mil,foram feitos a pedido da Gol Linhas Aéreas.

Grupo Comporte
Uma das suspeitas da Lava Jato de beneficiamento às empresas de Constantino, que atualmente é acionista do Grupo Comporte – braço do grupo econômico que atua no ramo de transportes rodoviários –, é a criação de uma Comissão Especial na Câmara, em 30 de março de 2015, quando o peemedebista presidia a Casa. O colegiado foi criado para analisar a isenção da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide), tributo incidente sobre combustíveis, para as empresas de transporte coletivo urbano municipal e transporte coletivo urbano alternativo.

Não é a primeira vez que o nome de Henrique Constantino aparece na Lava Jato. Em julho, a residência do executivo foi alvo de buscas na Operação Sépsis, deflagrada por ordem do Supremo Tribunal Federal. Naquele mesmo mês, a Gol anunciou a saída de Henrique Constantino do Conselho de Administração da empresa.

Em nota, o Comporte informou: “sobre os supostos repasses às empresas Jesus.com, as empresas do grupo seguem colaborando com as autoridades para o total esclarecimento dos fatos.”

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