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MP não acredita que Queiroz seja o líder do grupo criminoso na Alerj

Promotores duvidam das declarações do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, que tenta “assumir sozinho a responsabilidade” dos casos investigados

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1 de 1 Fabrício-Queiroz-840×5771 - Foto: Facebook/ Reprodução

Após pedir a quebra de sigilo do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro afirmou que não se sustentam as justificativas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, sobre as movimentações financeiras de R$ 1,2 milhão, investigadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). As informações são do jornal O Globo.

Para os promotores, “não parece crível a insinuação da defesa de que a liderança da organização criminosa caberia ao próprio Queiroz, um assessor subalterno, que teria agido sem conhecimento de seus superiores hierárquicos durante tantos anos”. Isso porque o ex-assessor explicou que o caso começou quando tentou estabelecer uma aproximação com integrantes da segurança pública do estado.

Segundo Queiroz, por causa dos poucos votos que Flávio Bolsonaro recebeu nas eleições de 2006, tentou ampliar essa rede contato, que também teria sido feita com a base eleitoral das Forças Armadas. Assim, coube a ele [Queiroz] “gerenciar as questões relacionadas à atuação dos assessores fora do gabinete do deputado”, ou seja, para “expandir as redes de contato e de colaboradores do deputado”.

Ainda de acordo com a reportagem, Queiroz havia dito que combinou com comissionados que teriam de devolver parte dos vencimentos para que ele transferisse para outras pessoas que atuariam como “assessores informais” da base eleitoral de Flávio.

Entretanto, antes de falar às autoridades, o ex-assessor havia dado entrevista ao SBT na qual deu outra versão acerca dos fatos. À época, Queiroz afirmou ter conseguindo dinheiro com revenda de carros usados.

A Promotoria, contudo, alega que as informações não são factíveis e que a defesa sequer revelou a identidade dos supostos assessores externos”. “As declarações de Fabrício Queiroz, com nítido objetivo de tentar assumir sozinho a responsabilidade penal e desviar o foco da investigação que também recai sobre o ex-deputado estadual que nomeou os assessores envolvidos no esquema criminoso, não foram acompanhadas por nenhum momento de prova e pecam por diversas fragilidades e contradições”.

Versão incompatível
Além disso, conforme mostrou a reportagem, a versão de Queiroz também não havia sido compatível com os relatórios do Coaf, segundo promotores. Os levantamentos mostram que o ex-assessor “acolheu como vencimentos da Alerj o valor de R$ 81 mil, enquanto os pagamentos de títulos bancários, despesas eminentemente pessoais, superam seus vencimentos, alcançando o valor de R$ 101 mil”.

Ou seja, para o Coaf, é possível concluir que, “no mínimo, Fabrício Queiroz se apropriava de parte dos valores desviados dos salários dos assessores depositados em sua conta bancária para pagar despesas pessoais que superavam sua capacidade financeira”.

Vítima de vazamentos
Em nota, a assessoria de Flávio afirma que “não são verdadeiras as informações vazadas acerca de meu patrimônio”. O atual senador destacou ainda que “continua sendo vítima de seguidos e constantes vazamentos de informações contidas em processo que está em segredo de justiça”.

O advogado Paulo Klein, defensor da família Queiroz, também negou todas as acusações. “O que dizer do MP que depois de 1 ano e 5 meses não tem indícios mínimos de prática criminosa? Tanto é que não existe denúncia até agora”, afirmou.

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