MP eleitoral de MG e PI abrem apuração sobre campanhas pagas nas redes
É o primeiro passo para uma investigação formal. Influenciadores digitais teriam recebido dinheiro para elogiar gestão petista
atualizado
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As procuradorias eleitorais de Minas Gerais (MG) e do Piauí (PI) abriram procedimentos para analisar se houve irregularidades envolvendo o pagamento de influenciadores em redes sociais para fazer campanha para candidatos petistas. O procedimento é o primeiro passo para a abertura de uma investigação formal.
O caso ganhou repercussão no fim de semana após uma série de posts exaltando a gestão do governador do Piauí, Wellington Dias, candidato a reeleição.
Internautas passaram a acusá-lo de pagar uma agência de “influenciadores digitais” para divulgar mensagens positivas a seu respeito. A prática seria ilegal e configuraria propaganda irregular ou até caixa 2.
Denúncia
A ação foi denunciada pela influenciadora digital Paula Holanda. Em seu Twitter, ela disse que foi procurada por uma representante de uma agência de marketing digital, a Lajoy.
Paula publicou suposto briefing no qual uma pessoa chamada Isabella Bomtempo, da agência, a convida para participar de ação “de militância política para a esquerda” e não de cunho partidário. No trecho divulgado por Paula não havia menção a pagamentos. Ela aceitou participar.
Segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos políticos, coligações e candidatos e seus representantes”.
A partir da denúncia, postagens de outros influenciadores digitais foram expostas nas redes – vários deles com comentários elogiosos a Dias.
Uma das empresas apontadas como recrutadora destes influenciadores é a BeConnected, sediada em Belo Horizonte, e que tem um assessor do deputado federal Miguel Corrêa (PT-MG), candidato ao Senado, como sócio.