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MP denuncia Alckmin por corrupção e lavagem de dinheiro

Alckmin teria recebido quase R$ 11 milhões em espécie da empreiteira Odebrecht nas campanhas de 2010 e 2014

atualizado

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1 de 1 geraldo go 2 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) foi denunciado nesta quarta-feira (23/7) pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por suspeita de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Alckmin teria recebido mais de R$ 11 milhões em espécie da empreiteira Odebrecht nas campanhas de 2010 e 2014 ao governo estadual de São Paulo. Os recursos, porém, não teriam sido registrados.

“Os recursos não foram registrados nas prestações de contas do candidato (falsidade ideológica), que solicitou e recebeu vantagem indevida (corrupção passiva), pagas pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht, a partir do emprego de métodos ilícitos como uso de ‘doleiros’, com o fim de ocultar a origem dos valores e dificultar a possibilidade de seu rastreio (lavagem de dinheiro)”, explicou o MP, em nota.

Segundo os procuradores, esses recursos destinavam-se, num primeiro momento, ao financiamento eleitoral indevido e, após as eleições, à manutenção da influência do grupo empresarial junto ao governo.

“Em ambas as ocasiões (2010 e 2014), o grupo Odebrecht não poderia efetuar doações eleitorais, uma vez que controla a concessionária que administra a Rodovia Dom Pedro I (estadual) e também porque participou do consórcio da linha 6 do Metrô”, completou.

Detalhes

Em 2010, Alckmin teria recebido R$ 2 milhões em espécie. O intermediário entre a companhia e o candidato, conforme demonstrado na peça acusatória, teria sido Adhemar César Ribeiro, cunhado de Alckmin.

“Ao longo do período eleitoral, a Odebrecht fez repasses a Ribeiro em seu escritório, totalizando a quantia de R$ 2 milhões, conforme atestam as planilhas do Departamento de Operações Estruturadas, na qual Alckmin aparecia com o codinome ‘Belém’, e mensagens trocadas entre os participantes do esquema”, prosseguiu o Ministério Público.

Já em 2014, coube ao tesoureiro de campanha, Marco Antônio Monteiro, fazer a ponte entre aqueles que autorizaram, planejaram e executaram os pagamentos e o político.

“Ao longo da campanha, realizaram-se 11 repasses, totalizando R$ 9,3 milhões, ao então candidato à reeleição. Os pagamentos eram feitos ao tesoureiro por emissários da Odebrecht, conforme atestam planilhas do Departamento de Operações Estruturadas e mensagens trocadas entre os envolvidos nos delitos”, detalhou o MP.

Denunciados

Além de Geraldo Alckmin, foram denunciados Marco Antônio Monteiro e seu funcionário Sebastião Eduardo Alves; os executivos e operadores do grupo Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Luiz Antônio Bueno Júnior, Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, Maria Lúcia Guimarães Tavares, Fernando Migliaccio da Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares; além do doleiro e colaborador Alvaro José Gallies Novis.

O cunhado de Alckmin, Adhemar César Ribeiro, não foi objeto da ação penal em razão da prescrição, que o beneficiou em razão da idade – superior a 70 anos.

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Alckmin foi um dos fundadores do PSDB, em 1988
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