Movimentos sociais demonstram apoio a Dilma, mas criticam política econômica
Além da guinada à esquerda, o grupo cobrou do governo “medidas concretas” para que o país possa voltar a crescer
atualizado
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A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta quinta-feira (17/12), o apoio de representantes de movimentos sociais, intelectuais e artistas que são contra o impeachment, mas teve de ouvir deles críticas à condução da política econômica.
O grupo de cerca de 60 pessoas faz parte da chamada Frente Brasil Popular e foi um dos responsáveis por organizar as manifestações de rua que se espalharam por todo o Brasil na Quarta-feira. “Nós somos contra o golpe e a favor da democracia”, disse o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile.
Mas, ao mesmo tempo, viemos dizer que nós defendemos todos os direitos dos trabalhadores e somos contra qualquer política de ajuste fiscal do governo. Por isso, criticamos o governo naquelas medidas que já foram tomadas pelo Ministério da Fazenda, como corte do seguro desemprego e da ajuda aos pescadores
João Pedro Stédile
Além da guinada à esquerda, o grupo cobrou do governo “medidas concretas” para que o país possa voltar a crescer. Questionados se a presidente havia dado algum sinal de que estava disposta a atender o pleito ou havia mencionado uma eventual substituição do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, eles desconversaram. “A Central Única dos Trabalhadores tem muito firme as suas posições contra a política econômica. Levy não nos representa. Nós trouxemos essas demandas à presidente e ela respondeu a elas muito positivamente, mas colocou os limites que o governo tem”, disse a sindicalista Janeslei Albuquerque.
Ao final, o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) minimizou as críticas e afirmou que o governo tem mais “convergências do que divergências” com os movimentos sociais. Também participaram do encontro nomes como o teólogo Leonardo Boff , o cantor Tico Santa Cruz e a presidente da União Nacional de Estudantes (UNE), Carina Vitral.
Desde que foi deflagrado o processo de impeachment, no início do mês, a presidente tem tentado demonstrar força política. Ela já se reuniu com juristas, governadores e prefeitos que não concordam com o seu afastamento.