Movimento 65: PCdoB lança marca de frente contra Bolsonaro. Veja
O partido busca lideranças de centro para montar chapa contra o atual governo encabeçada por Flávio Dino
atualizado
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O PCdoB lançou nesta quarta-feira (29/01/2020) sua nova marca (foto em destaque) com o objetivo de atrair forças do chamado centro político – para além dos grupos esquerdistas – e formar uma frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O emblema, porém, não conta com símbolos tradicionais do partido quase centenário, como a “foice e o martelo”, referências históricas do comunismo, e apresenta predominantemente as cores verde e amarela. O vermelho, cor do partido, ficou restrito ao número da legenda que tenta fortalecer o nome do governador do Maranhão, Flávio Dino, como cabeça de chapa em oposição a Bolsonaro nas eleições de 2022.
O objetivo da marca, segundo os organizadores do movimento, é ser mais palatável à população em tempos de aversão ao “comunismo” pregado pelos partidos no poder. A ideia da frente é reunir “todos contra Bolsonaro”.
Ao lançar a marca, a sigla deixou claro, em manifesto, o objetivo de atrair forças do centro contra o atual presidente. “O Movimento 65, de caráter cívico e eleitoral, emerge com amplitude para reacender a esperança do povo, desbravar alternativas e buscar saídas para um país atingido pelo desastroso governo Bolsonaro”, diz o documento divulgado pelo PCdoB.
Nesse leque de adesões, o PCdoB tem conversado com lideranças do PSDB, do DEM, do PDT, do PSB, entre outros. As conversas com um aliado histórico, o PT, contam com uma certa resistência de comunistas que identificam movimentações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar tirar Dino do partido e levá-lo para o PT.
Como revelou reportagem do Metrópoles, publicada em dezembro de 2019, a adoção da nova marca para a aliança puxada por Dino já havia sido decidida pelo partido, encobrindo as palavras “partido”, o termo “comunista” de sua sigla.
A marca surgiu após o partido desistir da ideia inicial que era mudar de nome, suprimindo os dois termos, defesa feita por alguns dos integrantes da cúpula do PCdoB. Houve resistência de filiados e por isso se optou pela adoção do “nome fantasia”.
O partido planeja fazer o lançamento da marca em todos os estados em eventos que contarão com a presença do Flávio Dino. Em recente entrevista, o governador enfrentou a a polêmica que se formou em torno do nome da legenda como “um passo que pode ser dado”.
“O PCdoB de hoje já não é o do ano passado. Hoje, já não é o mesmo de 20 anos atrás, o que mostra que a mudança é uma lei da vida. Este processo está em andamento e acho que é um caminho necessário de reorganização da esquerda brasileira”, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.