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Mourão vê “articulação da esquerda mundial contra governo Bolsonaro”

De acordo com o general, falas de líderes estrangeiros, principalmente a respeito da Amazônia, atrapalham a soberania do Brasil

atualizado

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Romério Cunha/VPR
Mourão
1 de 1 Mourão - Foto: Romério Cunha/VPR

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, na tarde desta quarta-feira (25/8), que vê uma articulação da esquerda de outros países contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O general deu a declaração durante o seminário sobre ações estratégicas para a defesa dos interesses nacionais na questão ambiental, promovido pelo Instituto General Villas.

“Essa propaganda que se faz contra o Brasil no exterior, principalmente na Europa, que acaba convencendo lideranças políticas europeias de que vale entrar nesse caminho de que a Amazônia é do mundo. Como a gente contrapõe essa campanha?”, perguntou o jornalista Alexandre Garcia, que mediava o seminário.

Mourão avaliou que o fato de o governo atual ser de “direita” o torna alvo desse tipo de questionamento por parte da esquerda. “Agora, temos problemas na Amazônia com a ocupação que é predatória e temos que corrigir. Existem os interesses políticos. É aquela articulação da esquerda mundial contra o governo do presidente Bolsonaro, por ser um governo de direita. Acho que todo mundo tem que entender o seguinte: ganhou eleição, assumiu, vamos governar e vamos colocar em prática aquilo que é o programa que foi pensado”, defendeu Mourão.

Em primeiro lugar no ranking de intervenções externas que atrapalham a soberania nacional, o general citou as falas de líderes estrangeiros a respeito da Amazônia e da sustentabilidade no Brasil. “A propaganda é uma forma de intervenção na nossa soberania. Existe uma confluência de interesses econômicos”, declarou.

Na classificação, Mourão também nomeou o trabalho dos ecologistas como “bolsões sinceros, porém radicais”. O vice-presidente, que também preside o Conselho Nacional da Amazônia (Cnal), finalizou dizendo, contudo, que precisa trabalhar com os grupos citados por ele.

“E a terceira pressão é o que chamo de bolsões sinceros, porém radicais, que são os ecologistas. Então, nós temos que saber trabalhar com esses três grupos. É algo que, dentro do conselho nacional, nós temos buscado, eu tenho procurado uma interlocução com os representantes dos países amigos aqui no Brasil”, afirmou.

Viagem com embaixadores

Durante a sua participação no evento, Mourão citou a viagem que fez à Amazônia, em novembro de 2020, acompanhado de embaixadores, e afirmou que irá novamente à região. “Levei embaixadores em viagem à Amazônia no ano passado, vou levá-los daqui a duas semanas, sempre buscando colocar para eles a realidade. Não estamos aqui pra esconder nada, mas vamos transmitir a realidade”, destacou.

A nova viagem do vice-presidente será com 15 embaixadores ao estado do Pará, dos dias 8 a 10 de setembro. Fora os embaixadores, também irão na viagem ministros, deputados e senadores.

Segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), 8.712 km² foram devastados, no período entre agosto de 2020 e 30 de julho deste ano. Os alertas de desmatamento na Amazônia atingiram o segundo pior patamar em cinco anos. Em contrapartida, houve queda na comparação entre julho de 2021 e 2020. No ano passado, os dados apontavam 1.654 km² de áreas com alertas de desmate. Em 2021, o total foi de 1.416 km².

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