Mourão: terceira fase da Operação Verde Brasil deve ser “mais tímida”
A Verde Brasil 2 teve fim em 30 de abril deste ano, mesmo período em que os índices de desmatamento começaram a crescer rapidamente
atualizado
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Na manhã desta segunda-feira (7/6), o vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), Hamilton Mourão (PRTB), sinalizou a instauração de uma nova fase da Garantida da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia.
“Ou abre uma ação orçamentária e a gente dá um apoio de inteligência e logística para as agências, ou bota uma GLO mais tímida”, sugeriu o general, sobre as ações de combate ao desmatamento na Amazônia.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o total de focos de queimadas registrados na Amazônia Legal em maio deste ano foi 49% maior que o número registrado no mesmo mês de 2020. O número é ainda 34,5% superior à média histórica do mês.
Além das queimadas, a Amazônia ainda enfrenta recorde de desmatamento há três meses consecutivos. Até o dia 28 de maio, a região tinha 1.180 km² de área sob alerta de desflorestação, o maior número para o mês desde 2016. Os dados também são do Inpe.
É o terceiro mês consecutivo em que os índices batem recordes históricos mensais. Também é a primeira vez que a área sob alerta de desmatamento em maio passa dos 1 mil km².
O vice-presidente disse que ainda nesta segunda-feira pretende reunir-se com o ministro da Defesa, Braga Netto, para discutir a elaboração de uma nova operação de combate ao desmatamento. A força-tarefa para o combate das ações na Amazônia agora está a cargo do Ministério do Meio Ambiente.
“Hoje eu vou conversar com o ministro Braga Netto. Eu pedi pra ele antes de ir pro feriado, pra fazer um levantamento pra uma operação de custo mais baixo, operando só nas áreas onde estão havendo maiores problemas.
“Nós não temos uma ação orçamentária para apoiar as agências, então pode ser caracterizado como desvio de finalidade você usar recursos que são de outra rubrica”, explicou o general.
Relação com Salles
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que é alvo da Operação Akuanduba, que investiga crimes contra a administração pública, tem se mostrado distante do presidente do Cnal para despachar assuntos relacionados à pasta que coordena.
Mourão, que sempre defendia Salles, irritou-se por conta da ausência do ministro na última reunião do Conselho da Amazônia, no dia 26 de maio.
Dias depois ele tentou ser compreensivo com Salles e disse que ele estava distante porque estaria enfrentando problemas de ordem policial. “Não sei qual é a situação em que o ministro está vivendo, está com esses problemas de ordem policial. Não vou ficar especulando sobre isso aí”, disse.
Questionado nesta segunda-feira (7/6) sobre a integração entre Ministério do Meio Ambiente e o Cnal, a fim de intensificar as ações de combate ao desmatamento, especialmente com o brusco aumento nos número, Mourão disse, rindo, que fazia tempo que não se encontrava com Salles.