Mourão sobre Salles ter chamado Ramos de “maria fofoca”: “Péssimo”
Vice-presidente criticou postura do ministro do Meio Ambiente, mas ressaltou que problema já foi resolvido
atualizado
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O vice-presidente da República, general Hamiton Mourão (PRTB), julgou como “péssima” a reação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de chamar o ministro da Secretaria de Governo (Segov), general Luiz Eduardo Ramos, de “maria fofoca”.
Irritado com manchete intitulada “Salles estica a corda com ala militar do governo e testa blindagem com Bolsonaro”, do jornal O Globo, o ministro do Meio Ambiente foi às redes sociais, nessa quinta-feira (22/10), para criticar o ministro-general da Segov.
“Não estiquei a corda com ninguém. Tenho enorme respeito e apreço pela instituição militar. Atuo da forma que entendo correto. Chega dessa postura de #mariafofoca”, escreveu Salles, ao mencionar Ramos. Mourão, contudo, criticou a postura de Salles.
“Péssimo, isso daí. Vamos conversar e nos entender”, disse o vice-presidente, nesta sexta-feira (23/10). “Acho que [Salles se arrependeu]. Muitas vezes a pessoa reage no calor dos acontecimentos e termina tomando uma linha de ação que é péssima”.
A ala militar e o ministro do Meio Ambiente entraram novamente em confronto após o Ibama suspender, nessa quinta, as atividades de combate a incêndios florestais ao alegar “exaustão de recursos”. No mesmo dia, o Tesouro liberou o montante.
O vice-presidente da República ressaltou, nesta sexta-feira (23/10), que não houve corte de recursos no Meio Ambiente. Segundo ele, o dinheiro estava bloqueado por causa do montante recuperado pela Lava Jato que foi destinado à pasta de Salles neste ano.
“Veio aquele recurso da Lava Jato no ano passado que o ministro Alexandre de Moraes determinou que fosse entregue para os estados, passando pelo Meio Ambiente e pela Agricultura. O Meio Ambiente entregou esse recurso no começo do ano. Pelo problema do teto de gastos, ao recurso passar por dentro do Orçamento, impactou o Orçamento do Ministério do Meio Ambiente”, disse Mourão.
O general disse também que Salles tem ponderado, desde julho, que o Tesouro Nacional não liberou o recurso. “Ontem, conversei com o Braga Netto, e serão liberados os R$ 134 milhões. Morre o assunto, próximo assunto. Crise superada”, finalizou.