Mourão diz que Guedes tem “resiliência” e está “firme” no governo
Mais cedo, nesta quarta, presidente Jair Bolsonaro criticou proposta da equipe econômica para o Renda Brasil. Mercado reagiu mal
atualizado
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira (25/8) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, está “firme” e que ele tem a “resiliência necessária” para permanecer no governo. Questionado se Guedes deixará o governo Bolsonaro, Mourão disse que “acha que não”.
As declarações foram feitas na saída do gabinete da vice-presidência da República, onde Mourão conversou com a imprensa.
Mais cedo, nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou a proposta da equipe econômica de extinguir programas sociais a fim de compor a receita para o pagamento do auxílio emergencial na transição até a criação do Renda Brasil.
O mercado enxergou a crítica do presidente como um “processo de fritura” e reagiu mal às declarações de Bolsonaro. O efeito foi a queda da bolsa e a alta do dólar.
A B3, bolsa de valores brasileira, fechou em queda. O Ibovespa caiu 1,46%, a 100.627 pontos. Na mínima do dia, o índice atingiu patamar abaixo dos 100 mil pontos, indo a 99.359 pontos. O dólar, por sua vez, fechou em alta de 1,62%, a R$ 5,6164.
“O Paulo Guedes tem a resiliência necessária. Essa discussão aí tá sendo travada dentro do governo. Eu não tô acompanhando isso daí porque não faz parte das minhas funções, mas o mercado é aquela coisa: é o famoso rebanho eletrônico, né? Já viu o gado, né? Gado corre pra um lado, corre pro outro. Isso aí faz parte. O Guedes tá firme”, afirmou Mourão.
O vice-presidente ainda foi questionado sobre se o ministro da Economia está se adaptando às vontades de Bolsonaro ao invés de interferir em uma agenda de eventual reeleição do presidente.
“O que acontece é o seguinte: como é que trabalha um assessor? Você traça suas linhas de ação, apresenta ao decisor, que é o presidente da República, e obviamente você procura mostrar pra ele qual a sua visão do problema. Mas, como assessor, uma vez que o presidente, o decisor, toma sua decisão, compete a você cumprir aquilo que foi decidido”, acrescentou.