Mourão sobre prisão em protesto: “Cabo estratégico bota tudo a perder”
Vice comentou prisões e sanções que governo federal vem impondo a protestos contrários a Jair Bolsonaro com base em lei da época da ditadura
atualizado
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), posicionou-se favorável à postura do governo federal em instaurar sanções com base na Lei de Segurança Nacional, como a prisão de cinco pessoas na quinta-feira (18/3) que portavam um placa na qual estava escrito “Bolsonaro Genocida”. A Lei n° 7.170, Lei de Segurança Nacional, é contemporânea à época da ditadura no Brasil.
“Esse negócio de lei da ditadura, eu acho meio controverso isso daí. O que acontece, a lei existe para ser utilizada. Obviamente que existe todo um processo devido legal. Ontem mesmo nós tivemos o caso da prisão de alguns manifestantes e imediatamente eles foram soltos porque o delegado encarregado do inquérito considerou que [a situação] não estava enquadradada dentro dos parâmetros da lei, o devido processo legal segue, não tem ninguém condenado, tem muita espuma nesse mar aí”, disse o general.
“O grande problema sempre será o guarda da esquina, lembre disso. Toda vez que se toma medidas que são de caráter mais impositivo – é o que a gente chama no Exército de cabo estratégico. O cabo estratégico bota tudo a perder”, disse Mourão.
Na quinta (18/3), cinco militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) foram presos, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, depois de terem estendido uma faixa contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na qual estava escrita a palavra “genocida”.
De acordo com informações divulgadas por membros do partido, os presos, que foram levados para a Polícia Federal, seriam enquadrados na Lei de Segurança Nacional. Posteriormente, depois de prestarem depoimentos à Polícia Federal, eles acabaram liberados.