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Mourão sobre Petrobras: “Bolsonaro sabe as pressões que está sofrendo”

O governo federal anunciou, na noite dessa segunda-feira (23/5), a quarta indicação à presidência da estatal

atualizado

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Isac Nóbrega/PR
Na imagem colorida, dois homens estão posicionados no centro. Eles usam terno e gravata na cor preta e camiseta branca. Eles tem cabelos curtos e escuros
1 de 1 Na imagem colorida, dois homens estão posicionados no centro. Eles usam terno e gravata na cor preta e camiseta branca. Eles tem cabelos curtos e escuros - Foto: Isac Nóbrega/PR

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) justificou, na manhã desta terça-feira (24/5), a nova troca na presidência da Petrobras. Segundo o general, só o mandatário do país, Jair Bolsonaro (PL), “sabe as pressões que está sofrendo”. Mourão pediu paciência e afirmou que é preciso “aguardar” para saber o que o novo titular da estatal pode fazer.

“Isso aí é uma decisão tomada pelo presidente. Ele sabe quais são as pressões que ele está sofrendo. Então, segue o baile aí. Vamos aguardar o que que o Caio (Mario Paes de Andrade) pode fazer. O que eu vejo no Caio é que ele é um cara competente”, disse o general.

Em meio à crise inflacionária puxada, em grande parte, pelos reajustes no preço dos combustíveis, e após a troca do ministro de Minas e Energia, o governo federal anunciou, na noite de segunda-feira (23/5), nova indicação à presidência da estatal. É o quarto nome para presidir a Petrobras na gestão Bolsonaro.

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Pressão essa que, por sinal, explica o motivo pelo qual o "casamento" dos dois nunca andou bem. Prova disso é o fato de o presidente não cogitar continuar com o atual vice para a próxima corrida eleitoral
Por ter posicionamentos muitas vezes divergentes dos de Bolsonaro, Mourão já foi chamado pelo presidente como "cunhado que ele tem que aturar”
Indo para o quarto ano do mandato presidencial, a distância entre o presidente e o vice está cada vez maior. Bolsonaro, inclusive, chegou a dizer que Mourão “atrapalha um pouco” o governo e que “vice bom é aquele que não aparece”
Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão
Entre diversas provocações feitas a Mourão, Carlos Bolsonaro, filho número 2 do presidente, chegou a insinuar em um twitter postado em 2020 que o vice-presidente conspira para derrubar o pai dele
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A relação de Hamilton Mourão e Bolsonaro sempre foi conturbada. O general, na verdade, não foi a primeira, segunda ou terceira opção do mandatário para vice-presidente. Ele foi, na verdade, o quinto nome “escolhido” após pressão política

Igo Estrela/Metrópoles
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Pressão essa que, por sinal, explica o motivo pelo qual o "casamento" dos dois nunca andou bem. Prova disso é o fato de o presidente não cogitar continuar com o atual vice para a próxima corrida eleitoral

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Por ter posicionamentos muitas vezes divergentes dos de Bolsonaro, Mourão já foi chamado pelo presidente como "cunhado que ele tem que aturar”

Igo Estrela/Metrópoles
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Indo para o quarto ano do mandato presidencial, a distância entre o presidente e o vice está cada vez maior. Bolsonaro, inclusive, chegou a dizer que Mourão “atrapalha um pouco” o governo e que “vice bom é aquele que não aparece”

Isac Nóbrega/PR
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Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão

Hugo Barreto/Metrópoles
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Entre diversas provocações feitas a Mourão, Carlos Bolsonaro, filho número 2 do presidente, chegou a insinuar em um twitter postado em 2020 que o vice-presidente conspira para derrubar o pai dele

Caio César/Câmara Municipal do Rio de Janeiro
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No fim de 2020, Bolsonaro alfinetou Mourão afirmando que demitiria quem propusesse expropriação de terras como pena por crimes ambientais. O interessante é que a proposta era do Conselho da Amazônia, presidido pelo vice-presidente

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Apesar das investidas negativas, Hamilton diz que “sente falta” de dialogar e de se reunir com o mandatário do país

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“Não há conversas seguidas entre nós. As conversas são bem esporádicas. Faz falta até para eu entender o que eu preciso fazer”, disse o vice-presidente

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De acordo com especialistas, Mourão poderia ajudar Bolsonaro a manter o convívio com os poderes, mas o presidente insiste em deixar o vice distante

Alan Santos/PR

José Mauro Coelho, indicado em 6 de abril deste ano e empossado no dia 14 do mesmo mês, será trocado por Caio Mario Paes de Andrade, que ocupava uma secretaria do Ministério da Economia, a de Desburocratização, sob o comando do ministro Paulo Guedes.

Apesar de dizer que o novo indicado enfrentará “uma situação difícil”, em razão de fatores da política externa, Mourão teceu elogios ao potencial de Caio Andrade.

“[O Caio] vai pegar uma situação que não é fácil, porque eu já comentei várias vezes com vocês sobre o preço do petróleo, que tá ligado à situação internacional. Essa flutuação, por causa do conflito da Ucrânia, a saída da Rússia do mercado, os nossos problemas internos aqui, relacionados à nossa capacidade de refino pra tudo aquilo que nós produzimos”, argumentou.

Questionado se as seguidas trocas na empresa pública podem ser caracterizadas como uma “intervenção”, Mourão disse que isso está “dentro das atribuições do presidente”.

“Ele tem prerrogativa de nomear o presidente da Petrobras. Óbvio que tem de passar lá pelo conselho de acionista, vai ter uma reunião do conselho e da administração. Então, não é de hoje pra amanhã que isso vai acontecer, vai levar, na minha visão, 30 ou 40 dias pra isso acontecer”, finalizou.

Novo nome

Próximo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e queridinho do governo por ter desenvolvido o sistema Gov.br, e atualmente um dos responsáveis por ele, Caio Mario Paes de Andrade é o quarto nome a ser indicado para presidir a Petrobras em quatro anos.

Com pouca experiência no mercado de petróleo e gás, Paes de Andrade ainda precisa passar por assembleia do conselho da estatal para ser alçado ao cargo.

Apesar de ser membro do Conselho de Administração da Embrapa e da PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A), Paes de Andrade não mostra qualquer experiência mais profunda no mercado do petróleo. Ele, em sua apresentação, se define como “empreendedor serial em tecnologia de informação e mercado imobiliário”.

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