Mourão sobre experiência: “Eu sei ser milico, não sei ser político”
Questionado sobre uma possível candidatura ao governo do Rio de Janeiro, Mourão disse ser preciso muito “chivunk” (sentimento de garra)
atualizado
Compartilhar notícia
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, na manhã desta sexta-feira (24/9), que não tem vocação para ser político, e sim, para ser “milico”. A afirmação foi em resposta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que disse à Veja, que as portas não estão fechadas para o general, mas ressaltou que ele não tem “a vivência política”.
Provocado por jornalistas, que disseram ao vice-presidente que apesar de achá-lo inexperiente, Bolsonaro disse que Mourão daria um bom senador, o general retrucou: “Lógico, eu sei ser milico, pô. Não sei ser político”.
Mourão, que já acenou diversas vezes para a possibilidade de se candidatar ao Senado Federal, na eleições de 2022, disse que ainda não tomou uma decisão final. O general, no entanto, se colocou de prontidão caso o chefe do Executivo o queira para compor a chapa em uma possível reeleição. “Se ele [Bolsonaro] precisar de mim, ele sabe que conta comigo”, disse na chegada ao Palácio do Planalto.
Questionado sobre uma possível candidatura ao governo do Rio de Janeiro, Mourão disse ser preciso muito “chivunk” e que ele já está muito “velhinho” para uma tarefa como esta. “Muito difícil! Porque é complicado. Eu já sou velhinho, cara. O cara para governar o Rio de Janeiro tem que estar cheio de ‘chivunk'”, disse, usando termo militar que tem relação com o sentimento de garra.
“Se fosse mais novo e tivesse uma equipe extremamente qualificada, pra levar junto. [O Rio] Tem um histórico, então, não adianta você só dar uma afastada na espuma que está em cima da água, você tem que mergulhar fundo. Não é simples a coisa! Tem que ter alguém que realmente tenha o vigor, a capacidade. Ano que vem já vou fazer 69 anos, né? A carcaça pesa”, acrescentou Mourão.
Entrevista
Na entrevista à Veja, eentre outros assuntos, o presidente da República disse que não vai repetir o que ocorreu em 2018, mas afirmou que “não está fechada a porteira para Mourão” ainda, mas ressaltou que ele não tem “a vivência política”. “Agora, o Mourão não tem a vivência política. Praticamente zero. E depois de velho é mais difícil aprender as coisas. Mas no meu entender, seria um bom senador.”
O general adentrou na política em 2018, quando foi convidado pelo próprio presidente a assumir o cargo de vice-presidente da República. Segundo mostrou levantamento do Metrópoles, os encontros privados entre o presidente e o vice caiu pela metade em 2020.