Mourão sobre CPI da Covid: “Tem uma turma que está doida para prender”
Senadores pediram prisão de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply, nessa quinta-feira (2/7)
atualizado
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) declarou, nesta sexta-feira (2/7), que senadores da CPI da Covid-19 “estão doidos para prender alguém”. A declaração foi feita como comentário ao pedido de senadores durante o depoimento do representante da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira.
Dominguetti, que foi convocado para falar à comissão sobre o suposto envolvimento em um esquema de propina para compra de vacinas contra a Covid-19, foi ameaçado de prisão pelos senadores da CPI. No entanto, o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD/AM), descartou a possibilidade.
“Acho que tem uma turma ali que nunca prendeu ninguém e tá doida pra prender, só isso aí. Qualquer coisa é ‘vou mandar prender’, não é assim né. As coisas não funcionam desse jeito”, disse Mourão ao chegar ao Palácio do Planalto, em Brasília, para uma reunião.
Mourão também disse que a investigação se baseia em política e que, por isso, algumas decisões podem se tornar incisivas, mas que não dá para concluir se vai resultar em algo efetivo. Segundo ele, é preciso aguardar “o final desse filme”.
“Não é questão de dar em pizza. Uma comissão parlamentar de inquérito, ela é primordialmente política, até porque a maioria dos senadores que estão ali não são investigadores, não é gente que tá acostumada a conduzir inquérito e essas coisas”, disse o general.
O governista Marcos Rogério (DEM-RO), por exemplo, defendeu que Dominguetti fosse preso porque, segundo ele, o representante da Davati estaria mentindo em seu depoimento.
“A maneira como ele trata as coisas é de uma fragilidade. O nível de informalidade, de extraoralidade é tão grande que seria o caso de, ao final dessa CPI, ser o primeiro a sair dessa CPI preso”, afirmou o governista. “Em razão de mentir na CPI ou de passar um golpe em municípios brasileiros”, disse Marcos Rogério.
Dominguetti afirmou à jornalista Constança Rezende, do jornal Folha de S.Paulo, que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria pedido a propina de US$ 1 por dose de vacina comprada pelo governo, no dia 25 de fevereiro. Dias foi demitido do cargo na quarta-feira (30/6).