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Mourão sobre áudios do STM: “Vai apurar o quê? Os caras já morreram”

No domingo (17/4), a jornalista Miriam Leitão revelou registros antigos do Superior Tribunal Militar que atestam tortura na ditadura

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Hamilton Mourão, atual vice-presidente do Brasil. Ele veste terno e gravata e tem cabelos escuros – Metrópoles
1 de 1 Hamilton Mourão, atual vice-presidente do Brasil. Ele veste terno e gravata e tem cabelos escuros – Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) afirmou, na manhã desta segunda-feira (18/4), que não há o que apurar sobre os áudios do Superior Tribunal Militar (STM) que atestam a prática de tortura na ditadura militar. As gravações foram reveladas pela jornalista Miriam Leitão, no domingo (17/4).

“Vai apurar o quê? Os caras já morreram tudo. Vai trazer os caras do túmulo de volta?”, disse. “Isso é história, já passou. Mesma coisa que a gente voltar na ditadura do Getúlio, né. São assuntos já escritos em livros e debatidos intensamente. É passado. Faz parte da história do país”, continuou.

A reportagem da jornalista, que foi uma das vítimas de tortura pela ditadura de 1964, traz 10 mil horas de gravações feitas durante os 10 anos em que as sessões do STM foram registradas, inclusive as secretas. As audiências ocorreram entre 1975 e 1985 (confira os áudios aqui).

O historiador Carlos Fico teve acesso a elas, e Miriam Leitão publicou os documentos em áudio. Trechos inéditos mostram os ministros do tribunal falando sobre torturas.

Mourão ainda defendeu que, ao relembrar o episódio que matou e sumiu com ao menos 500 pessoas entre 1964 e 1988, deve-se ouvir os “dois lados”.

“Tem que conhecer a história. A história sempre tem dois lados a ser contados, né? Então, vamos lembrar: aqui houve uma luta, dentro do país, contra o Estado brasileiro, por organizações que queriam implantar a ditadura do proletariado, que era um regime que na época atraía uma quantidade grande da juventude brasileira e também parcela da sociedade, mas que perderam essa luta”, declarou.

O vice-presidente ainda comparou a ditadura militar no Brasil com o atual conflito diplomático entre Rússia e Ucrânia, que perdura desde 24 de fevereiro.

“Houve excessos? Houve excesso de parte a parte. Não, não vamos esquecer o tenente Alberto lá da PM de São Paulo morto a coronhada pelo Lamarca e os facínoras dele, né? Então, toda vez que há uma guerra, a coisa é complicada. Vocês estão vendo agora no conflito lá na Ucrânia, todas as coisas que estão acontecendo lá”, argumentou.

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