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Mourão sobre 500 mil mortos: “Retrato da desigualdade socioeconômica”

Vice-presidente também comentou manifestações contra o governo, realizadas no sábado, e afirmou que a vacinação está avançando no país

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1 de 1 mourão-com-bial - Foto: reprodução/TV Globo

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta segunda-feira (21/6) que a marca de 500 mil mortes por Covid-19 no Brasil é um retrato da desigualdade socioeconômica existente no país.

“É muito triste você perder essa quantidade de vida, é uma doença difícil. E é o retrato da desigualdade socioeconômica que nós sofremos, né? Então, tem gente que tem tratamento melhor, tem gente que não tem. Tem gente que não consegue chegar ao hospital. Então, consequência da situação que a gente vive e que nós temos que corrigir”, disse ele a repórteres ao chegar ao gabinete da vice-presidência.

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ainda não se pronunciou sobre os números. Ainda no sábado (19/6), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prestou solidariedade aos familiares das vítimas e disse trabalhar incansavelmente para vacinar todos os brasileiros no menor tempo possível.

Questionado se o atraso na vacinação também tem relação com os números de óbitos, o vice-presidente disse que a campanha de imunização no Brasil está de acordo com o restante do mundo.

“O pessoal calcula aí: ‘Ah, poderia ter salvado 15 mil vidas’. Tem cálculos aí que vêm sendo feito, né? Mas a nossa vacinação, ela está de acordo com o restante da do mundo, exceção feita a Estados Unidos e países pequenos como Israel e Chile”, afirmou.

“Mas é lógico, né? Você ter que vacinar 10 mil pessoas é uma coisa. Você ter que vacinar 200 milhões, é outra coisa. Então, essa comparação que é feita é uma comparação que eu acho que não é a correta”, ponderou.

Manifestações contra o governo

Ao comentar as manifestações contra o governo federal realizadas em todo o país no último fim de semana, Mourão disse que os atos fazem parte do sistema democrático, mas criticou as aglomerações.

“Existe gente que não gosta do nosso governo, que é contra, é oposição, que faz parte de qualquer sistema democrático. Agora, é uma aglomeração, né? É um risco que essas pessoas se submeteram”, criticou.

“Não adianta dizer que você aglomerou de máscara, aglomerar de máscara também você tá sujeito a tantos problemas aí e essa doença pode causar”, prosseguiu.

Mourão ainda se disse otimista com o avanço da vacinação: “Eu acho que mais uns dois, três meses com a vacinação avançando do jeito que está, nós vamos estar numa situação melhor.”

GLO na Amazônia

Mourão reforçou que a nova ação militar na Amazônia para tentar conter o avanço do desmatamento na região deve começar no próximo dia 28. O decreto autorizando a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ainda está sob análise de ministérios e das assessorias jurídicas.

“O que acontece: cada ministro tem que dar um visto no no decreto ali, né? Para dizer lá o seu concordo”, disse ele.

A nova operação deve ser mais enxuta que as anteriores, com duração de dois meses e custo de R$ 50 milhões. Os militares deixaram a região em maio, depois de um ano de atuação na Operação Verde Brasil 2. Mourão disse, em fevereiro, que a ação custou cerca de R$ 400 milhões.

O apoio militar é prestado em complementação ao trabalho do Ibama, ICMBio, Funai, Incra, além das polícias Federal e Rodoviária Federal. Os órgãos ambientais estão com seus contingentes reduzidos.

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