Mourão se declara branco e retira “general” do registro de candidatura
Nas eleições de 2018, o militar se registrou como “indígena” no TSE. O motivo da mudança não foi esclarecido
atualizado
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O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) declarou oficialmente a candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na segunda-feira (9/8). O general chega à reta final da chapa com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e disputa, no pleito de outubro, uma vaga ao Senado Federal pelo estado do Rio Grande do Sul.
Nas eleições de 2018, o general se declarou “indígena” no registro de candidatura do TSE. Neste ano, contudo, ele mudou a definição para “branco”.
Mourão tem ascendência indígena pela parte do pai, o também general Antônio Hamilton Mourão, natural do Amazonas.
Ao longo do mandato, Mourão deu algumas declarações polêmicas sobre o tema.
Em outubro de 2018, por exemplo, ao apresentar o neto para jornalistas que o aguardavam no Aeroporto de Brasília, Mourão disse: “Meu neto é um cara bonito, viu ali? Branqueamento da raça”. Em agosto do mesmo ano, o general declarou que o “caldinho cultural” do Brasil incluia a “indolência” dos povos indígenas e a “malandragem” dos negros africanos.
Patrimônio
Outra mudança notável é o nome de urna. Antes, na chapa com o presidente Bolsonaro, Mourão se denominou como “General Mourão”. Na declaração ao TSE deste ano, preferiu o nome civil Hamilton Mourão.
O patrimônio do general da reserva também deu um salto. Em 2018, Mourão declarou R$ 414 mil em bens. Já este ano, R$ 1,1 milhão. O maior aumento foi notado em aplicações fixas.
Como suplentes, Mourão escolheu a pastora evangélica deputada federal Liziane Bayer (Republicanos) e o coronel do Exército Mário Andreuzza.
A reportagem entrou em contato com a coordenação de campanha do general, do partido Republicanos, para questionar o motivo da mudança, mas até o momento não recebeu resposta. O espaço segue aberto.