Mourão recua: “Diretoria da Vale quem tem poder de nomear, nós não”
Mais cedo, presidente em exercício havia dito que o governo federal poderia afastar a diretoria da Vale Mineradora
atualizado
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Depois de afirmar, nesta segunda-feira (28/1) pela manhã, que o gabinete de crise do governo estava estudando a possibilidade de a diretoria da Vale ser afastada de suas funções durante as investigações sobre a tragédia em Brumadinho (MG), o presidente em exercício, general Hamilton Mourão (PRTB), voltou atrás durante a noite.
Ao deixar o Palácio do Planalto, Mourão disse que a mineradora, responsável pela barragem que desabou, é quem precisa reunir seu conselho administrativo e nomear novos comandantes, se assim quiser. “Nós [governo federal] não temos poder para isso”, completou.
O gabinete de crise se reuniu durante todo do dia em busca de ações e verbas para ajudar nos problemas enfrentados pela cidade mineira após o desastre com a barragem Mina do Feijão. Mais cedo, o presidente em exercício já havia defendido uma punição rigorosa para os culpados, inclusive criminalmente.
“Primeiro a punição que dói no bolso, que já está sendo aplicada; e segundo, se houve imperícia, imprudência ou negligência por parte de alguém dentro da empresa, essa pessoa tem que responder criminalmente. Afinal de contas, quantas vidas foram perdidas nisso daí?”, destacou.
Uma nova reunião, desta vez presidida por Mourão, está agendada para as 9h desta terça-feira (29). O encontro semanal que acontece desde que o novo governo assumiu o poder deixará agora os demais assuntos de lado e, segundo o general, será monotemático: apenas sobre os problemas que Brumadinho enfrenta no momento.
Cirurgia de Bolsonaro
Vice-presidente, Mourão está no comando do país porque o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), passou por uma cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia que o acompanhava desde o atentado à facada que sofreu nas eleições de 2018.
Segundo o vice, Bolsonaro está bem e o processo cirúrgico foi longo porque havia aderências no intestino do chefe do Executivo brasileiro. “Isso é um processo lento. Depois de descolar os órgãos que foi feita a cirurgia dele”, completou.