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Mourão: “Que são 35 mil comprimidos de Viagra para 110 mil velhinhos?”

Em entrevista, o vice-presidente repetiu declaração de Bolsonaro de que quantidade adquirida pelas Forças Armadas “não é nada”

atualizado

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Arthur Menescal/Especial Metrópoles
Hamilton Mourão, atual vice-presidente do Brasil. Ele veste terno e gravata e tem cabelos escuros – Metrópoles
1 de 1 Hamilton Mourão, atual vice-presidente do Brasil. Ele veste terno e gravata e tem cabelos escuros – Metrópoles - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), minimizou a compra de 35.320 comprimidos de Viagra para atender às Forças Armadas e declarou, a exemplo do que fez o presidente Jair Bolsonaro (PL), que o número “não é nada”.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, na quarta-feira (13/4), Mourão classificou a polêmica em torno do caso como “coisa de tablóide sensacionalista”. O vice, que é general da reserva, defendeu as aquisições e argumentou que boa parte da verba utilizada sai de um fundo alimentado por descontos nos salários dos militares.

Oficialmente, as Forças Armadas afirmaram que os medicamentos, também usados para tratar disfunção erétil, são destinados ao combate à hipertensão arterial e às doenças reumatológicas.

“Lógico que está havendo exagero. Mesmo que seja para o cara usar [para disfunção erétil]. Vamos colocar como funciona o sistema de saúde do Exército: um terço é recurso da União, que é o chamado fator de custo, é a contrapartida da União para os militares. E dois terços é o fundo de saúde que é bancado pela gente. Então, eu desconto 3% do meu salário para o fundo de saúde. E todos os procedimentos que eu faço a gente paga 20%, além dos 3% que ele desconta. Nós temos farmácias. A farmácia vende medicamentos. E o medicamento é comprado com recursos do fundo”, explicou.

“Então, tem o velhinho aqui [aponta para si próprio]. Eu não posso usar o meu Viagra, pô? O que são 35 mil comprimidos de Viagra para 110 mil velhinhos que tem? Não é nada”, disse ele.

Eleições

Mourão, que é pré-candidato a senador pelo Rio Grande do Sul, também afirmou que o “cenário mais provável” é de composição de uma chapa com Onyx Lorenzoni (PL), que vai disputar o governo gaúcho.

O vice disse que, pela força de Bolsonaro no estado, vai querer contar com o apoio dele em sua campanha, mas lembrou que também precisará dos votos de quem não vota no presidente.

“Eu, na realidade, preciso não só dos eleitores do presidente, como também de outro grupo de eleitores. Talvez aqueles que votaram no presidente em 2018 e hoje não votariam nele. Eu preciso reconquistar esses eleitores para o nosso lado. Isso é um trabalho que eu tenho que fazer.”

A nível nacional, Mourão considerou que as pesquisas eleitorais estão “um tanto quanto distorcidas” e avaliou que, com maior exposição do ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro deve se aproximar ainda mais dele nas intenções de voto.

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