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Mourão pede paciência a servidores em meio a pressões por aumento

Funcionários do Banco Central, INSS e Ministério do Trabalho iniciaram paralisações. Policiais Federais também estão descontentes

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Hugo Barreto/Metrópoles
Mourão após vacina contra a Covid – Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
1 de 1 Mourão após vacina contra a Covid – Foto: Hugo Barreto/Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) disse, na manhã desta quarta-feira (4/5), que os funcionários públicos que se mobilizam para entrar em greve, em virtude de reajustes salariais, precisam ter paciência. Isso porque o Brasil ainda se recupera do baque econômico gerado pela pandemia da Covid-19.

“Não tem dinheiro, né? É uma realidade. Nós, que somos funcionários públicos, temos de entender que o aumento salarial só pode ocorrer se tiver aumento da nossa arrecadação consistente com o aumento do PIB”, disse o vice-presidente.

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O aumento salarial para a área da segurança partiu de uma demanda do próprio presidente
No fim de 2021, antes da votação do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA), o Ministério da Economia enviou um ofício ao Congresso Nacional pedindo que fossem reservados R$ 2,5 bilhões para reajustes salariais em 2022
No entanto, o orçamento enviado só prevê correção salarial para a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen)
Como consequência, servidores da Receita Federal e do Banco Central começaram a entregar cargos, em protesto
Além disso, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), composto por mais de 30 categorias, programou para 18 de janeiro o Dia Nacional de Mobilização. A intenção é pressionar o governo a conceder reajuste para todos os servidores
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O governo Bolsonaro vive período conturbado com alguns servidores públicos. Tudo começou depois que foi anunciado reajuste salarial para policiais, mas o aumento financeiro de outras categorias ficou de fora dos planos

Hugo Barreto/Metrópoles
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O aumento salarial para a área da segurança partiu de uma demanda do próprio presidente

Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
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No fim de 2021, antes da votação do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA), o Ministério da Economia enviou um ofício ao Congresso Nacional pedindo que fossem reservados R$ 2,5 bilhões para reajustes salariais em 2022

Thiago S. Araújo/Especial para o Metrópoles
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No entanto, o orçamento enviado só prevê correção salarial para a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen)

Matheus Veloso/Especial Metrópoles
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Como consequência, servidores da Receita Federal e do Banco Central começaram a entregar cargos, em protesto

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Além disso, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), composto por mais de 30 categorias, programou para 18 de janeiro o Dia Nacional de Mobilização. A intenção é pressionar o governo a conceder reajuste para todos os servidores

Morsa Images/ Getty Images
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Sem resposta, servidores públicos de mais de 40 órgãos federais realizaram, no dia 18 de janeiro, protestos em frente ao Banco Central e ao Ministério da Economia, em Brasília, cobrando por reajustes com base na correção da inflação

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Em meio à repercussão, Bolsonaro chegou a afirmar que todos os servidores merecem aumento. Contudo, em nenhum momento especificou se outras categorias, além da segurança pública, receberiam o reajuste

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A pressão do funcionalismo público por aumento salarial tem preocupado a equipe econômica. O ministro Paulo Guedes, no entanto, não esconde que é contra qualquer reajuste

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De acordo com Guedes, o governo precisa “ficar firme”. “Sem isso, é como Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos, até explodir a barragem e todos morrerem na lama”, disse o ministro sobre o assunto

Fábio Vieira/Metrópoles

O general salientou que o país passa por momentos difíceis, principalmente por causa da pandemia da Covid-19, que, segundo ele, “trouxe problemas sérios para o mundo todo”.

“Nós estamos saindo de dois anos difíceis, com uma pandemia e com problemas sérios no mundo, como um todo, [além dos] reflexos do conflito lá no Leste Europeu. Então, as pessoas têm de entender – nós, funcionários públicos – que não perdemos o emprego. Muita gente perdeu o emprego. Então, não está bom o salário? Não está, mas vamos esperar a oportunidade pra que isso possa ser equalizado”, ponderou.

Protagonistas no embate de reajustes salariais, as categorias policiais não foram descartadas por Mourão. Para o vice, todos os servidores precisam ter paciência.

“O presidente tomou uma ideia inicial que ele recua, né? Então, hoje, qual é a decisão que ainda não está efetivamente oficializada? Um aumento linear para todo mundo de 5%. Ah, é o necessário? Não, não é o necessário, mas é o possível”, argumentou.

Mourão vê com normalidade as pressões por garantias salariais, mesmo porque elas não saem de pauta. “Nunca ninguém está satisfeito com seu salário. É uma realidade, né? Todo mundo quer ganhar um pouquinho mais, né? Todos nós queremos isso. Aquela história, o patrão ele paga quando ele aumenta lá o rendimento dele. Essa é a realidade”, completou o militar.

Greve e insatisfação

Depois de assembleia na última sexta-feira (29/4), os servidores do Banco Central retomaram a greve por tempo indeterminado. Os funcionários, que já ficaram 19 dias parados em abril, se unem aos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), que também cruzaram os braços em busca de reajuste salarial.

As mobilizações do funcionalismo público ganharam força depois dos contundentes acenos do presidente Jair Bolsonaro (PL) às carreiras policiais. A pressão deu resultado, e o governo recuou, anunciando reajuste linear de 5% para todas as categorias da União.

O valor, no entanto, é considerado inadequado pelos servidores. Segundo eles, a porcentagem mínima para repor as perdas salariais sofridas desde o início da atual gestão do Palácio do Planalto seria de 19,99%, ou seja, o chamado “reajuste salarial emergencial”.

Na manhã desta quarta-feira (4/5), a Polícia Federal, categoria que estaria sendo priorizada por Bolsonaro, também resolveu cruzar os braços. Em assembleia, a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) decidiu realizar paralisações parciais e progressivas.

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