Mourão não vê ação de Bolsonaro no STF como confronto com governadores
Bolsonaro entrou, junto ao STF, com pedido de medida cautelar contra os governadores da Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal
atualizado
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) justificou, na manhã desta sexta-feira (19/3), a atitude tomada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Superior Tribunal Federal (STF) contra os governadores do Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul, que decretaram medidas restritivas para barrar a Covid-19.
“Não é questão de confronto com governadores. Algumas medidas, o presidente coloca claramente, e eu concordo com ele. Além da liberdade de manobra que cada governador tem, como essa questão do ‘toque de recolher'”, aponta o militar.
“Acho que isso tem que ter uma legislação que ampare melhor. O que o presidente pretende é definir de forma homogênea o que venha a ser atividades essenciais”, opinou Mourão.
“Em um estado, o cara diz que academia é atividade essencial. Outro estado diz que não é. É óbvio que isso tem que ser em comum acordo com o Congresso, que representa o conjunto da nação”, complementou.
Questionado sobre meios alternativos para frear as taxas de contágios nos estados, Mourão isentou o governo da responsabilidade e disse que tem que ser algo “que parta de cada uma das pessoas”.
“O nosso país é extremamente desigual. É muito confortável o cara que tem um salário fixo e que não vai ser posto para a rua. Mas e o ‘zé mané’ que tem que estar todo dia batalhando? Como a gente faz com esses caras?”, perguntou o vice-presidente.
“Além disso, transporte urbano continua aquela coisa: o cara vai igual sardinha em lata dentro do ônibus. Para mim, aquilo é a maior forte de contágio que tem aí”, finalizou.
A partir da Advocacia-Geral da União, Bolsonaro entrou com pedido de medida cautelar contra os governadores da Bahia, Rui Costa (PT), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Na live semanal, ao avisar que entraria com a ação, o chefe do Executivo chamou os gestores de “projetos de ditadores”.