Mourão minimiza fala de Guedes sobre China: “Foi em petit comité”
Depois de afirmar, na terça-feira, que os chineses “inventaram o vírus”, ministro se desculpou e disse: “Somos muito gratos à China”
atualizado
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, na manhã desta quarta-feira (28/4), que “não vê nada demais” na declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, em reunião do Conselho de Saúde Complementar, de que os chineses “inventaram o vírus”, em referência ao novo coronavírus. Guedes pontuou ainda que a vacina criada pela China é menos eficaz do que a produzida pelos Estados Unidos.
“O ministro estava fazendo uma comparação entre China e Estados Unidos. São comparações que geralmente são feitas em ‘petit comité’ e que, infelizmente, foi gravado. É algo que não tem nada demais nisso aí”, apontou o general.
Exatamente por ser em petit comité, ou seja, em reunião que não era para ter conhecimento público, Mourão chamou a atenção para o “cuidado com as palavras”.
“É a velha história: a gente tem de ter cuidado com as palavras, apenas isso. O importante são os atos”, disse o vice-presidente sobre a fala de Guedes.
No contexto em que a frase foi dita, Guedes defendia o aumento da participação da iniciativa privada no atendimento hospitalar de pessoas de baixa renda. “Nós, do governo, não teremos capacidade de cuidar da saúde do povo”, complementou.
O ministro não sabia que a reunião estava sendo transmitida ao vivo pelas mídias sociais. Após ter sido informado, ainda comentou: “Não mandem para o ar”, mas era tarde demais. A declaração ocorreu no dia em que o Senado instalou Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do governo federal na pandemia de Covid-19.
Desculpas
Posteriormente, o ministro tentou justificar a declaração e enaltecer a China, ao frisar que tomou a segunda dose da Coronavac no último domingo (25/4). “Somos muito gratos à China. Tomei a Coronavac, aliás, tomei neste domingo a segunda dose”, disse.
A Coronavac é produzida no Brasil pela Sinovac Biotech, em parceria com o Instituto Butantan. Com 50% de efetividade na prevenção contra a Covid-19 e variantes, atualmente é a vacina mais aplicada no Brasil. Além da Coronavac, o país conta, por enquanto, com apenas mais um imunizante: AstraZeneca/Oxford.