Mourão minimiza fala de Bolsonaro sobre queimadas na Amazônia
Durante discurso no Invest In Brazil Forum, em Dubai, Bolsonaro disse que a Amazônia é “úmida” e “não pega fogo”
atualizado
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) minimizou, na manhã desta terça-feira (16/11), a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as queimadas na Amazônia. O general, que também preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, afirmou que o chefe do Executivo quis dizer que o bioma “não queima espontaneamente”.
“O que o presidente sempre coloca é que a selva não queima espontaneamente. É isso que ele coloca, dessa forma. Quando é que queima? Quando o camarada desmata e depois ele taca com a fogo para poder limpar o campo. É aí é que acontece a queimada, tá bom?”, argumentou Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.
Diante de empresários e autoridades árabes, durante discurso no Invest In Brazil Forum, realizado em Dubai, Bolsonaro disse que a Amazônia é “úmida” e “não pega fogo”.
“Nós queremos que os senhores conheçam o Brasil de fato. Uma viagem, um passeio pela Amazônia. É algo fantástico. Até para que os senhores vejam que, a nossa Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo. Que os senhores vejam, realmente, o que ela tem. Com toda certeza uma viagem inesquecível”, declarou o presidente, na ocasião.
Críticas à política ambiental
Desde 2019, o governo do presidente Bolsonaro é alvo de críticas pela forma como tem conduzido a questão do desmatamento na Amazônia. De acordo com números divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia Legal teve uma área de 877 km² sob alerta de desmatamento, uma alta de 5% em relação a 2020 e recorde para o mês de outubro na série histórica.
Dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima, mostram que o Brasil tem aumentado o total de gás carbônico emitido para a atmosfera, apesar de ter firmado um acordo de redução há mais de 10 anos.
Segundo o Observatório do Clima, a quantidade de gás carbônico emitida pelo Brasil em 2020 foi a maior desde 2016. Desde 2010, o país elevou em 23% o valor de gases de efeito estufa.