Mourão: “Iniciativa privada terá dificuldade para comprar vacina”
No começo de janeiro, o general se posicionou favoravelmente à aquisição de doses contra a Covid-19 por empresas privadas
atualizado
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O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), disse acreditar na dificuldade da iniciativa privada em comprar doses da vacina contra a Covid-19. A afirmação foi feita na manhã desta quarta-feira (7/4).
Aprovado na noite de terça-feira (6/4), o texto-base da Lei nº 948/21 tramita na Câmara dos Deputados e prevê a permissão aos empresários para comprar doses das farmacêuticas fabricantes, desde que a metade seja doada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Acho que a iniciativa privada terá muita dificuldade para comprar vacina. Não tem vacina no mundo disponível, essa é a realidade”, apontou o vice-presidente.
Mourão citou a dificuldade da União Europeia em vacinar a população. “Ela está percentualmente – considerando toda a população da União Europeia – atrás da gente”, argumentou o general.
O vice-presidente também afirmou que pequenas empresas talvez consigam comprar “5 mil, 6 mil vacinas. Mais do que isso, eu acho complicado”.
Menos burocracia
Em 26 de janeiro deste ano, o vice-presidente se disse favorável ao projeto, já que tornaria a compra dos imunizantes menos burocrática e mais ágil.
“Uma empresa fala que vai comprar X vacinas e adianta 30%, por exemplo. O governo não pode fazer esse adiantamento. Então, uma empresa privada tem muito mais flexibilidade que o governo para fazer compras”, afirmou na ocasião.
À época, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tinha se reunido com um grupo de 72 empresários para redigir uma carta à AstraZeneca. De acordo com o jornal O Globo, representantes de pelo menos 12 empresas brasileiras manifestaram a intenção de adquirir doses do imunizante.
No acordo firmado e descrito na carta de empresários e governo, ficou definido que 33 milhões de doses seriam adquiridas pelas empresas, desde que metade da quantidade fosse doada ao SUS.
O governo ainda estabeleceu algumas imposições, como o fato de as companhias não poderem comercializar os imunizantes e terem de aplicá-los de graça nos funcionários.