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Mourão fala de propina em relação à vacina: “Pode ter havido o fato”

Ex-integrante do governo é suspeito de cobrar propina de US$ 1 por dose do imunizante da AstraZeneca

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Hamilton Mourão fala com a imprensa na saída da vice-presidência
1 de 1 Hamilton Mourão fala com a imprensa na saída da vice-presidência - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, na manhã desta quarta-feira (30/6), que prefere não comentar a denúncia de propina envolvendo o governo. Para o general, é atribuição da Controladoria-Geral da União (CGU) acompanhar a questão. Segundo matéria veiculada pela Folha de S. Paulo, o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, é suspeito de cobrar propina de US$ 1 por dose em troca de assinar contrato.

“É um relato, né? Vocês sabem que esses assuntos não chegam pra mim, eu só tomo conhecimento pela imprensa. Não tenho como avaliar. Pode ter havido o fato…”, disse o vice-presidente.

Para Mourão, a CGU toma conta da questão. “A realidade é a seguinte: a CGU tem que acompanhar essa questão de contratos. Então, acredito que ela fique de olho. Não em contrato de R$ 50 ou R$ 60 milhões, mas contratos grandes, ela tem que estar em cima”, justificou.

O representante no Brasil da empresa de vacinas Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde. A informação foi revelada à repórter Constança Rezende, do jornal Folha de S. Paulo.

A proposta teria partido do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, durante um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro. Nesta quarta-feira (30/6), segundo o Diário Oficial, Dias foi exonerado do cargo.

Mourão disse não acreditar que a denúncia abale a “bandeira anticorrupção” do governo.

“O presidente ontem falou uma coisa que é certa, ele não tem condições de controlar tudo que tá acontecendo dentro do governo. Compete a cada ministro controlar seu feudo, e se for detectado alguma coisa que está irregular, que se tome as providências de acordo com a lei”, assinalou o general.

Questionado sobre o que faria, se estivesse no lugar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Mourão defendeu o envio ao Ministério da Saúde.

“Hipoteticamente, encaminharia ao Ministério da Saúde, para tomar as providências. Eu não tenho comando sobre a Polícia Federal, então encaminho ao ministério competente. Quando aparece denúncia pra mim, eu encaminho para o ministro”, finalizou.

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