Mourão evita criar mal-estar com Bolsonaro após pergunta sobre impeachment
O vice-presidente disse que era “complicado” e que caberia aos parlamentares avaliarem se ele estaria preparado para ocupar o cargo
atualizado
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Após ser questionado se estaria pronto para assumir a Presidência da República em um eventual impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse nesta terça-feira (14/7) que era uma pergunta “complicada” de ser respondida.
Mourão evitou criar mal-estar com o chefe do Executivo e disse que caberia aos parlamentares ponderarem se ele estaria apto para ocupar o cargo. O vice participou de uma sessão de debates no Senado Federal sobre desmatamento na Amazônia.
“Em relação à segunda pergunta do senador Jorge Kajuru, se eu estou preparado para assumir a Presidência da República… essa é uma pergunta realmente complicada, viu, senador? Se eu respondo ‘sim’, o chefe que está lá no Palácio da Alvorada se recuperando da Covid-19 vai dizer ‘pô, esse cara está de olho no meu cargo'”, disse Mourão, chefe do Conselho da Amazônia.
“Se eu respondo ‘não’, as senhoras e os senhores vão pensar: ‘não temos ninguém para substituir o presidente’. Então eu prefiro deixar essa pergunta para que no final de toda essa nossa conversa as senhoras e senhores tirem suas conclusões. Se eu mereço um voto de confiança ou se eu mereço ser afastado para o lixo da história”, completou.
Durante a sessão, Mourão lamentou a falta de recursos para serem destinados ao combate ao desmatamento na Amazônia. O vice-presidente destacou que as agências ambientais atuam sem nenhuma verba extra e que o ministro da Economia, Paulo Guedes, enviaria um projeto de lei ao Congresso para pedir por crédito extraordinário a fim de manter as Forças Armadas na região.
“Ao longo desses dois meses, as Forças Armadas, em apoio às agências ambientais operaram sem nenhum recurso extra. Cortaram na carne. Esta semana, o ministro [da Economia] Paulo Guedes deverá enviar um projeto de lei ao Congresso solicitando crédito extraordinário para que essa operação consiga permanecer, e necessita permanecer, até o final do ano, para lograr os objetivos de combater as queimadas”, explicou Mourão.