Mourão diz que Queiroz já foi seu motorista e o elogia: “Excelente soldado”
Vice-presidente comentou prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro Fabrício Queiroz, encontrado na semana passada em casa de advogado
atualizado
Compartilhar notícia
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, tornou público nesta segunda-feira (22/06) que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, preso na última semana, já foi seu motorista.
“O Queiroz foi meu soldado no ano de 1987, no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista” disse Mourão em entrevista à CNN Brasil. “Excelente soldado. Ele foi meu motorista da minha viatura, no meu jipe.”
Queiroz foi preso na semana passada, após a Justiça do Rio de Janeiro ter expedido, além do mandado de prisão, ordens de busca e apreensão, em um desdobramento da investigação que apura suposto esquema conhecido por “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
No esquema, funcionários do então deputado estadual Flávio devolviam parte do salário para que o dinheiro fosse lavado por meio de uma loja de chocolate e investimento em imóveis, diz o MP.
Queiroz estava em Atibaia (SP), na região do Vale do Paraíba, em um imóvel do advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef. O ex-assessor de Flávio, e muito próximo dos Bolsonaro, está preso no presídio de Bangu, no Rio de Janeiro.
Durante a entrevista, Mourão ressaltou o que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já havia afirmado no ano passado sobre o caso que “quem errou, terá de pagar”. “O presidente Bolsonaro se manifestou desde o começo do ano passado e deixou claro que quem errou terá que pagar. Então, essa é uma investigação que está sendo conduzida pelo MP do estado do Rio de Janeiro, o Queiroz tem que responder pelas, vamos dizer assim, pelas acusações que estão sendo feitas a ele, e é um processo que tá correndo, então vamos aguardar que isso chegue ao seu ponto final”, declarou Mourão.
“Em relação ao local onde ele estava: Queiroz não era foragido, não era procurado, ele não era nada. A única coisa que eu sabia dele é que o Queiroz tinha feito um tratamento de saúde lá em São Paulo, então talvez ele estivesse nessa casa do advogado pra facilitar os deslocamentos dele lá pra cidade de São Paulo, onde ele tava se tratando”, acrescentou.
No dia em que foi preso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestou sobre a operação contra Queiroz. Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que a prisão foi “espetaculosa” e ressaltou que o ex-assessor de Flávio “não estava foragido”.
Questionado sobre se uma eventual delação premiada de Queiroz poderia desestabilizar o governo, Mourão disse acreditar que não.
“Eu acho que essa questão tá circunscrita a problemas da Assembleia Legislativa lá do Rio de janeiro, tem bastante gente ali pra ser investigada, esse processo é grande, né? Então, eu acho que pra chegar ao Palácio do Planalto não há condições para isso”, concluiu.