Mourão diz que não há atrito com reestruturação de carreiras militares
Vice-presidente também descartou apoio logístico do Exército em uma ação militar na Venezuela
atualizado
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O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão (PTRB) disse, na noite desta terça-feira (19/3), que não há atrito sobre a reestruturação das carreiras militares. Respondendo pela Presidência da República enquanto Jair Bolsonaro (PSL) está nos Estados Unidos, Mourão afirmou que a reclamação de integrantes das Forças Armadas com patentes mais baixas é infundada e reforçou ter se equivocado sobre a economia gerada pela proposta que trata das aposentadoria dos militares.
Mais cedo, Mourão disse que, em 10 anos, a reformulação da Previdência dos brasileiros militares pouparia R$ 13 bilhões, um valor bem inferior ao projetado pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, por volta de R$ 92,3 bilhões em uma década. “Eu me enganei. O que prevalece é o número da área econômica. Lidei com muita coisa hoje de manhã e me equivoquei”, informou o presidente em exercício.
Quanto às críticas à proposta, ele destacou: “Estão reclamando porque não entenderam o que vai acontecer”. Conforme acrescentou, as tabelas que têm circulado entre as tropas, despertando críticas à readequação previdenciária, “não são reais”. O vice-presidente defendeu ainda que a reestruturação da carreira será benéfica para todos.
O projeto que trata da reestruturação e da aposentadoria dos militares deve ser avaliado por Bolsonaro em reunião no Palácio do Alvorada nesta quarta-feira (20), pela manhã. Ele, Mourão e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, vão se reunir para que o presidente bata o martelo sobre a proposta a ser enviada para a Câmara: possivelmente ainda nesta quarta.
Missão aos EUA
Mourão também descartou apoio militar em uma possível ação na Venezuela e classificou a visita de Bolsonaro aos Estados Unidos como positiva. Segundo o presidente em exercício, Bolsonaro se consolidou como líder do Brasil.
Sobre a liberação da exigência de vistos para cidadãos norte-americanos, australianos, canadenses e japoneses entrarem no Brasil, sem, contudo, seus países de origem liberarem os brasileiros da apresentação do documento, Mourão afirmou ser um “bônus” estratégico. “É um bônus que o Brasil está dando para, no futuro, tentar uma reciprocidade”, resumiu.
Ao ser questionado sobre a CPI da Lava Toga – cujo pedido de abertura foi apresentado no Senado, com o objetivo de os parlamentares investigarem possíveis delitos do Poder Judiciário –, Mourão brincou com os jornalistas. “Falei em inglês o dia inteiro. I’m out (estou fora, em tradução literal)”, concluiu.