Mourão diz que “é antiético fazer comentários” sobre atos de Bolsonaro
General também afirmou que Eduardo Pazuello teria procurado comandante para falar que cometeu erro ao participar de evento no Rio
atualizado
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que acha antiético comentar as ações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que provocam aglomeração em meio à pandemia do novo coronavírus.
“Não comento atos do presidente Bolsonaro. Eu sou vice-presidente dele, é antiético eu fazer comentários”, disse o general, na chegada ao Palácio do Planalto nesta segunda-feira (24/5).
No domingo (23/5) Bolsonaro participou de um passeio com motociclistas pelo Rio de Janeiro, reduto eleitoral do mandatário e de dois dos três filhos políticos dele. O evento foi realizado nos moldes do que Bolsonaro fez no Distrito Federal, na manhã do Dia das Mães, quando rodou pelas ruas da capital.
Mais de mil policiais militares foram deslocados de quatro batalhões para acompanhar o grupo. A Polícia Civil seguiu de helicóptero, e fuzileiros navais também foram convocados para garantir a segurança do presidente.
Presença de Pazuello
Durante o passeio, além do filho e vereador pelo Rio, Carlos Bolsonaro (Republicanos), dos deputados federais Hélio Lopes (PSL-RJ) e Marco Feliciano (Republicanos-SP) e dos ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello esteve ao lado do presidente durante pronunciamento, sem máscara.
“Acho que o episódio será conduzido à luz do regulamento e isso aí tem sido muito claro em todos os pronunciamentos dos comandantes militares e do próprio ministro da Defesa. Eu já sei que o Pazuello entrou em contato com o comandante, informando e colocando a cabeça dele no cutelo e entendendo que ele cometeu um erro”, finalizou Mourão.
Questionado sobre a presença de Pazuello no evento, Mourão disse acreditar que provavelmente o general seja punido pelo Exército, uma vez que a presença de militares da ativa – como é o caso de Pazuello – em eventos de cunho político configura transgressão punível com advertência e/ou até prisão.
O general sugeriu uma conduta que atenuaria as consequências da presença de Pazuello no ato: “É provável que [o ato de Pazuello] seja [apurado]. É uma questão interna do Exército. Ele também pode pedir transferência pra reserva e atenuar o problema”, opinou.