Mourão diz que Bolsonaro precisa de tempo da TV e recursos para 2022
Ao comentar a filiação do presidente ao PL, o general afirmou que as eleições do ano que vem serão diferentes das de 2018
atualizado
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Ao comentar a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, nesta quarta-feira (1º/12), que o mandatário vai precisar da estrutura do partido para disputar a reeleição em 2022. O general lembrou que o pleito do ano que vem será diferente do de 2018.
Naquele ano, Bolsonaro foi eleito por um partido pequeno, o PSL, e com uma coligação que contou apenas com mais uma sigla: o PRTB.
“O presidente tinha que escolher um partido, né? Escolheu um aí. Eu vejo que está havendo uma concertação, não só com o partido do presidente, que é o PL, como também com o PT, com o PRB [Republicanos]”, disse Mourão a jornalistas ao chegar em seu gabinete.
Bolsonaro assinou a filiação ao partido de Valdemar Costa Neto na manhã de terça-feira (30/11). A cerimônia em Brasília (DF) contou com a presença de diversos parlamentares e expoentes de outros partidos, como PP e Republicanos.
“Então, o presidente está formando uma coalizão com vistas a eleição do ano que vem, que é uma eleição diferente da de 2018 e ele precisa de tempo de TV, de recurso, essas coisas todas”, justificou Mourão.
Histórico
Sem partido desde novembro de 2019, Bolsonaro havia negociado com uma série de legendas depois de ver afundar o plano de formar o Aliança pelo Brasil. Nos últimos meses, ao afunilar as opções, ele disse estar “namorando” três partidos do Centrão: PP, PL e Republicanos. Os três partidos devem formar o tripé da coligação de Bolsonaro em 2022, assegurando a ele tempo de TV e recursos públicos para a campanha.
Há um acordo para que o PP indique o candidato a vice na chapa em 2022. A decisão pelo PL ocorreu após Valdemar Costa Neto ameaçar deixar a base de apoio do presidente.
Em seus 30 anos de vida pública, Bolsonaro passou por oito agremiações, algumas das quais foram decorrentes de fusões ou tiveram mudança de nomenclatura. Ele se elegeu vereador, em 1988, pelo PDC, partido que depois se fundiu ao PDS, herdeiro direto da Arena, formando o PPR. Durante os sete mandatos como deputado federal, Bolsonaro passou por PPB, PTB, PFL (atual DEM), PP, PSC e PSL.
O partido ao qual foi filiado por mais tempo foi o PP, no qual esteve entre 2005 e 2016. Já mirando na campanha presidencial, ele se desligou da sigla e foi para o PSC, do pastor Everaldo. De última hora, filiou-se ao PSL.