Mourão diz que ataques de Roberto Jefferson ao STF são “opiniões”
O vice-presidente nega que, com as falas, o presidente do PTB agrida a Constituição Federal ou a democracia brasileira
atualizado
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, na manhã desta segunda-feira (16/8), que as falas proferidas pelo ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que o levaram a ser preso, são apenas “opiniões”.
“Isso é opinião! A partir do momento que ele, por exemplo, montar uma milícia aí com 5 mil homens e vier cercar o Congresso, aí virou ameaça”, ressaltou o general a jornalistas, na chegada ao Palácio do Planalto. Um dos jornalistas questionou se “colocar homens” já não seria a prática da ameaça e o vice respondeu: “Isso é que é o problema. Agora, a opinião é uma opinião!”.
Roberto Jefferson foi preso na manhã de sexta-feira (13/8) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suposta participação em uma organização criminosa digital montada para atacar a democracia. Também foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência dele.
“O ministro Alexandre de Moraes poderia ter tomado outra decisão, né? Também de tão importante, e de tão coercitivo, sem necessitar mandar prender por algo que é uma opinião, que o outro vem externando. Não considero que o Roberto Jefferson seja uma ameaça à democracia tão latente assim”, salientou o general.
No dia da prisão do político, o vice-presidente da República havia afirmado que Jefferson faz “críticas pesadas”, mas que, se alguém se sente ofendido, deve buscar o “devido processo”.
“O que eu tenho visto aí é que o ex-deputado Roberto Jefferson faz as críticas. As críticas que se pode colocar, pesadas. Se o camarada se sente ofendido, eu acho que tem que buscar o devido processo”, declarou o general na ocasião.
Guerra ao STF
Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou, no sábado (14/8), que pedirá abertura de processo contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Questionado se a declaração do presidente, não colocaria mais “lenha na fogueira”, o general defendeu o direito do chefe do Executivo de ir contra os magistrados, mas disse acreditar que o processo não tenha continuidade.
“O presidente tem a visão dele, ele considera que esses ministros estão passando dos limites, em algumas decisões que têm sido tomadas, e uma das saídas dentro da nossa Constituição, que prescreve ali no artigo 52, seria o impeachment, que compete ao Senado, fazer né? Então ele vai pedir pro Senado, vamos ver o que que vai acontecer. Acho difícil o Senado aceitar”, explicou Mourão.