Mourão: desempenho na COP será importante para recuperar imagem do Brasil
Vice-presidente disse não haver prazo para retomada do Fundo Amazônia, e defendeu que o governo está trabalhando pelo meio ambiente
atualizado
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Após reunião com o novo embaixador da Noruega no Brasil, nesta segunda-feira (18/10), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse não haver prazo para a retomada do Fundo Amazônia, mas ressaltou que o desempenho do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26) será importante para recuperar imagem do país na questão ambiental. A conferência será realizada de 31 de outubro a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.
Mais cedo, Mourão havia dito que está “tudo pronto” para a retomada do fundo criado em 2008 com o intuito de distribuir recursos a projetos de prevenção e combate ao desmatamento e para a conservação e uso sustentável das florestas na Amazônia Legal. O fundo está paralisado desde agosto de 2019, após queimadas recordes na região. Cerca de R$ 2,9 bilhões estão parados em uma conta bancária federal, de acordo com ONGs participantes do Observatório do Clima.
“A gente não trabalha com prazo. Eu acho que a questão é a seguinte: o nosso desempenho nas reuniões que vão ocorrer na COP vai ser importantíssimo para que a imagem do país em termos de questão ambiental seja recuperada”, afirmou Mourão a jornalistas ao deixar seu gabinete no anexo do Palácio do Planalto.
Mourão se reuniu com o embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Ruud, na manhã desta segunda. Noruega e Alemanha são os principais financiadores do Fundo Amazônia. Após o encontro, Ruud afirmou que o governo brasileiro precisa de um “plano concreto para o desmatamento”.
Ao ser questionado sobre a declaração do embaixador, o vice defendeu que o Brasil já tem planos em execução e chamou a atenção para a redução das queimadas. Ele disse ainda que o governo federal está fazendo seu trabalho sem abrir mão da soberania nacional.
“Está tudo caminhando dentro daquilo que nós planejamos. E nós temos vários planos que estão em execução, tem o Amazônia 21/22, que ele se destina única e exclusivamente ao combate do desmatamento e às queimadas. Vamos lembrar que nós estamos na temporada das queimadas e estamos com uma queda aí de 40%, que ninguém está falando nada”, disse Mourão.
“O governo está fazendo o trabalho dele e óbvio que a nossa conversa com um representante de países estrangeiros segue dentro desses parâmetros aí, sempre respeitando uma coisa que a gente não abre mão em hipótese alguma, que é a nossa soberania”, declarou o general.
Brasil na COP26
Na quinta-feira (21/10), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que irá chefiar a delegação que vai à COP, apresentará ao vice-presidente a estratégia do governo federal para a conferência. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou o pedido de seu vice para liderar a delegação brasileira.
O governo brasileiro pretende insistir na tentativa de cobrar dos países ricos recursos financeiros para perseguir metas de redução no desmatamento e de emissões de gases do efeito estufa mais ousadas do que as do Acordo de Paris, de 2015.