Mourão deixa Jaburu até 26 de dezembro para chegada de Alckmin
Futuro senador, Mourão disse ao Metrópoles que sua nova residência será no Jardim Botânico, região administrativa do DF
atualizado
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O atual vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), confirmou ao Metrópoles que desocupará o Palácio do Jaburu até 26 de dezembro para chegada de Geraldo Alckmin (PSB).
Tombado como patrimônio como Patrimônio Cultural pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Palácio do Jaburu foi projetado para ser residência oficial do vice-presidente da República, dentro da concepção urbanística proposta por Lúcio Costa para Brasília.
Os seus 4.283 metros quadrados privilegiam mais a área externa, com generosas varandas, do que as áreas comuns, como os salões, cujas dimensões se aproximam das de outras residências e não dos palácios tradicionais.
Desde que foi inaugurado, foi usado por todos os vices, exceto por curtos períodos entre 1985 e 1990 e entre 2016 e 2018, quando José Sarney e Michel Temer continuaram a usar o palácio após tornarem-se presidentes.
Veja fotos do Palácio do Jaburu:
Segundo Mourão, no dia seguinte ao Natal, ele e a esposa já devem ocupar a nova residência, que será localizada na região administrativo do Distrito Federal, Jardim Botânico. O trajeto até a região central de Brasília dá cerca de 20 minutos.
Predominantemente arborizada, a nova área é composta por condomínios fechados, com vigililância 24 horas por dia. Próximo à região, também há o Jardim Botânico de Brasília, que é uma área de proteção ambiental, localizada às margens do Lago Paranoá.
O novo lar condiz com a personalidade de Mourão, uma vez que o general tem um perfil que leva em conta a qualidade de vida e a prática de esportes. Questionado sobre o que levará do Palácio do Jaburu, o general disse: “Sentirei falta da equipe que lá trabalha, bem como da beleza natural que caracteriza o Palácio”.
O vice-presidente adotou a prática de fazer equitação – montar cavalos – ao menos duas vezes na semana, geralmente às terças e quinta-feiras, além das corridas e pedaladas matinais, nas quais já foi fotografado diversas vezes ao lado de seguranças ou da esposa, Paula Mourão.
Mourão sai, Alckmin entra
Vice-presidente eleito na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) será o ocupante do palácio pelos próximos quatro anos. Segundo o próprio Mourão, as mudanças já vinham sendo discutidas desde o início da transição, em novembro.
Já na segunda semana do mês passado, Paula e Maria Lúcia Alckmin se encontraram para discutir questões de mudança e logísitica da transição da residência. Duas semanas depois, no dia 29, Mourão e Alckmin se encontraram para uma conversa, pela primeira vez, no Palácio do Planalto. O pedido da reunião partiu do vice-presidente eleito.
“Ele veio querer saber quais são as atividades que a Vice-Presidência está fazendo, estrutura e número de cargos. Ele me telefonou ontem e pediu um café”, disse Mourão na ocasião.
Natural de Pindamonhangaba (SP), Alckmin foi governador de São Paulo entre 2001 e 2006 e entre 2011 a 2018. Antes, foi vice-governador de 1995 a 2001, deputado federal (1987-1995), deputado estadual (1983-1987), prefeito de Pindamonhangaba (1977-1982) e vereador de Pindamonhangaba (1973-1977).
Alckmin e Lula se enfrentaram no segundo turno da eleição presidencial de 2006, quando Lula foi reeleito. Ele também foi, entre 2017 e 2019, presidente nacional do PSDB, partido pelo qual esteve filiado por 33 anos.
O ex-tucano também disputou a eleição presidencial de 2018, ficando em quarto lugar, com 4,7% dos votos válidos. Na ocasião, o atual presidente do país, Jair Bolsonaro (PL), saiu vencedor.
Senado Federal
Eleito senador pelo Rio Grande do Sul, com 2.593.294 votos, Mourão sairá do Palácio do Jaburu para o Congresso Nacional, onde permanecerá por 8 anos.
Em regra, a cada senador eleito é disponibilizado um imóvel funcional. O benefício é regulamentado pelo Decreto n° 980/1993, e se aplica a 504 apartamentos funcionais localizados em Brasília, de posse da União.
Os senadores que preferem não ocupar apartamentos funcionais – como é o caso do general Mourão – podem optar por um auxílio-moradia no valor mensal de R$ 5.500,00, com a finalidade de cobrir despesas com aluguel ou diária de hotel.