Mourão sobre protestos contra Bolsonaro: “Delinquentes” e “caso de polícia”
Em artigo, o militar explicou que o abuso acontece pois os manifestantes feriram, literalmente, pessoas e os patrimônios público e privado
atualizado
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O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), defendeu que chamar de “democráticas” as últimas manifestações contrárias ao governo federal é, segundo ele, um abuso.
Em artigo publicado nesta quarta-feira (03/06) no jornal O Estado de S. Paulo, o militar explicou que o abuso acontece pois os manifestantes feriram, literalmente, pessoas e os patrimônios público e privado.
“Imagens mostram o que delinquentes fizeram em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Registros da internet deixam claro quão umbilicalmente ligados estão ao extremismo internacional”, escreveu.
“É um abuso esquecer quem são eles, bem como apresentá-los como contraparte dos apoiadores do governo na tentativa de transformá-los em manifestantes legítimos. Baderneiros são caso de polícia, não de política”, completou.
Mourão questionou aonde se quer chegar ao defender esses atos como democráticos e, de forma retórica, se é lícito usar crimes para defender a democracia.
“As cenas de violência, depredação e desrespeito que tomaram as manchetes e telas nestes dias não podem ser entendidas como manifestações em defesa da democracia”, disse.
“Outros povos”
O vice-presidente da República ainda questionou se faz sentido trazer para o Brasil “problemas e conflitos de outros povos e culturas”.
As manifestações citadas por Mourão foram incentivadas por atos nos Estados Unidos contra o racismo e a morte do segurança negro George Floyd por um policial branco. No Brasil, a pauta ganhou caráter anti-governista.
“É forçar demais a mão associar mais um episódio de violência e racismo nos Estados Unidos à realidade brasileira”, avaliou o vice-presidente.
Por fim, o general disse que não há legislação de exceção em vigor no país, em referência à possibilidade de uma intervenção militar.
“As Forças Armadas, por mais malabarismo retórico que se tente, estão desvinculadas da política partidária, cumprindo rigorosamente seu papel constitucional”, prosseguiu.
Leia aqui a íntegra do artigo.