Mourão: Biden está “copiando Bolsonaro” em críticas a petroleiras
Vice-presidente citou fala do líder norte-americano sobre lucros altos de empresas de petróleo, na qual cobra aumento na produção
atualizado
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), disse nesta quarta-feira (15/6) que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está “copiando” o presidente Jair Bolsonaro (PL) em críticas a petroleiras, que estariam lucrando demais.
“Hoje de manhã eu estava acompanhando numa rede internacional o presidente Biden reclamando das empresas de petróleo, que elas estão lucrando muito, [dizendo que] elas deveriam produzir mais. Eu acho que ele está copiando o que o presidente Bolsonaro está falando aqui, né? Então, todos os países tão sofrendo isso”, afirmou Mourão a jornalistas ao chegar a seu gabinete na Vice-Presidência.
Na sexta-feira (10/6), Biden criticou a Exxon Mobil, uma das maiores petroleiras do país. “A Exxon ganhou mais dinheiro do que Deus este ano”, disse Biden, segundo agências de notícias americanas.
Em meio ao aumento no preço do barril do petróleo, fortemente impactado pela invasão da Ucrânia pela Rússia, a Exxon anunciou lucros maciços no primeiro trimestre do ano.
Com os Estados Unidos vivendo a maior inflação em 41 anos, Biden tem cobrado as petroleiras para que elas ampliem a produção e defendido um aumento de impostos às companhias.
Bolsonaro esteve com Biden em Los Angeles, nos Estados Unidos, na última quinta-feira (9/6), em reunião bilateral paralela à 9ª Cúpula das Américas, organizada pelos EUA. Após o encontro, Bolsonaro disse ter ficado “maravilhado” com o presidente americano.
Teto do ICMS
Para aliviar os preços dos combustíveis no Brasil, o governo tem patrocinado o Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/2022, que fixa em 17% o teto do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, transporte coletivo e telecomunicações. A Câmara aprovou na terça-feira (14/6) parte das mudanças promovidas pelo Senado Federal na redação do projeto.
Mourão disse que o texto é uma “minirreforma tributária” e uma forma de buscar conter a alta nos preços dos combustíveis. A previsão é de que a análise das sugestões de mudanças ao texto ocorra nesta quarta-feira (15/6), antes do feriado de Corpus Christi.
Longe de ter fácil tramitação, a proposta foi duramente criticada por estados e municípios e enfrentou forte rejeição de governadores. Na avaliação dos gestores estaduais, o PLP acarretará em perda de arrecadação no recolhimento do tributo. Ao longo das negociações, os governadores tentaram promover alterações no sistema de compensação previsto no texto.
Segundo a redação aprovada pelo Congresso Nacional, em caso de perdas de arrecadação com ICMS superior a 5% do registrado em 2021, haverá o acionamento de um gatilho temporário que prevê ressarcimento dos eventuais déficits por meio da dedução das parcelas referentes às dívidas com a União de estados. Essa compensação estaria limitada às perdas até 31 de dezembro deste ano.