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Mourão admite “ruídos” com a China, mas ressalta parceria comercial

Vice foi questionado sobre críticas ao país por autoridades brasileiras. Recentemente, Bolsonaro voltou a questionar eficácia da Coronavac

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Vice-presidente Hamilton Mourão fala com a imprensa após 5ª
1 de 1 Vice-presidente Hamilton Mourão fala com a imprensa após 5ª - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), admitiu nesta segunda-feira (23/5) que há “ruídos” na comunicação brasileira com a China. Ele, no entanto, ressaltou que a potência econômica é um “parceiro confiável” do Brasil.

Em conversa com a imprensa após reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) – que tem o objetivo de incentivar o relacionamento bilateral entre Brasil e China –, Mourão foi questionado sobre declarações de integrantes do governo brasileiro contra o governo chinês.

Na semana passada, por exemplo, o próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar a eficácia da Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. O chefe do Executivo federal citou o aumento de casos da Covid na China.

“De poucas semanas para cá, estamos vendo a explosão de casos de Covid na China. Não vou fazer juízo de valor, mas de onde é a Coronavac? Se no país onde nasceu a Coronavac o povo está se contaminando em larga escala, o que está acontecendo? Por que estão explodindo casos em Xangai e em outros grandes centros?”, indagou o presidente durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais.

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Mourão, que é casado com Paula Mourão e é pai de Antônio Hamilton Rossell Mourão, ingressou na carreira militar ainda na juventude. Com o tempo, foi conquistando espaço e cargos dentro do Exército
Chegou a ser instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras, foi vice-chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, enviado para Missão de Paz na Angola, comandou a 6ª Divisão do Exército em Porto Alegre, cuidou de assuntos militares na embaixada do Brasil na Venezuela, foi Comandante Militar do Sul, entre outros
Chefiou a Secretaria de Economia e Finanças, mas foi exonerado tempos depois. À época, a exoneração foi associada às declarações que ele fez durante palestra em clubes do Exército
Mourão nega que tenham acertado com generais possível saída de Jair Bolsonaro da Presidência
Mourão foi citado no relatório final da PF sobre inquérito do golpe
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Antônio Hamilton Martins Mourão é um general da reserva do Exército do Brasil e atual vice-presidente da República. Natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Mourão tem mostrado interesse em disputar as eleições de 2022 longe de Bolsonaro

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Mourão, que é casado com Paula Mourão e é pai de Antônio Hamilton Rossell Mourão, ingressou na carreira militar ainda na juventude. Com o tempo, foi conquistando espaço e cargos dentro do Exército

Romério Cunha/VPR
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Chegou a ser instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras, foi vice-chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, enviado para Missão de Paz na Angola, comandou a 6ª Divisão do Exército em Porto Alegre, cuidou de assuntos militares na embaixada do Brasil na Venezuela, foi Comandante Militar do Sul, entre outros

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Chefiou a Secretaria de Economia e Finanças, mas foi exonerado tempos depois. À época, a exoneração foi associada às declarações que ele fez durante palestra em clubes do Exército

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Mourão nega que tenham acertado com generais possível saída de Jair Bolsonaro da Presidência

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Mourão foi citado no relatório final da PF sobre inquérito do golpe

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Ainda em 2018, filiou-se ao Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e, após resultados das eleições no mesmo ano, foi eleito vice-presidente na chapa de Bolsonaro

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Após assumirem os cargos, no entanto, a relação de Bolsonaro e Mourão se tornou conturbada. Por diversas vezes, o presidente chamou os comentários do general de “infelizes”

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Entre as polêmicas envolvendo o nome do vice-presidente estão: comentários racistas, comemoração do “aniversário” do Golpe de 1964 no Brasil e o pedido de impeachment de Mourão feito pelo deputado Marco Feliciano em 2019, que foi arquivado por Rodrigo Maia

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O distanciamento cada vez mais claro entre Bolsonaro e Hamilton tornou evidente a ruptura da atual chapa presidencial. Desprezando o nome do atual vice-presidente para concorrer às eleições de 2022, Bolsonaro já tem ao menos outros três nomes para possível vice

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Por sua vez, Mourão tem mostrado interesse em disputar o governo do Rio de Janeiro ou do Rio Grande do Sul. Se despedindo do PRTB, o general anunciou filiação ao Republicanos em 16 de março

Bruno Batista/ VPR

Sobre o assunto, Mourão disse que mesmo com os ruídos, a comunicação entre Brasil e China foi “mantida sempre no mais alto nível”. “Isso ficou claro durante todas as manifestações ocorridas agora durante a nossa reunião e bem como as reuniões das subcomissões que ocorreram ao longo desse período [de pandemia]”, afirmou o vice-presidente.

“A China adotou uma estratégia de enfrentamento do Covid totalmente distinta do resto do mundo. Vamos dizer assim: pelas características do país e sistema de governo, ela [China] adota essa estratégia de ‘Covid zero’; volta e meia causa uma ruptura em termo das cadeias de suprimentos globais, porque dá uma parada na economia, mas aqui no nosso caso tivemos um relacionamento bem intenso”, acrescentou.

O vice lembrou que o Brasil comprou 100 milhões de doses da Coronavac contra a Covid-19. “Ou seja, essa parceria, em termos de enfrentamento da pandemia, ela foi extremamente positiva para nós aqui no Brasil e para a relação comercial da China”, disse Mourão, ressaltando que o país também é um parceiro “confiável” e “capaz de suprir uma das grandes demandas chinesas, que é a questão de segurança alimentar”.

Críticas à China

Desde sua campanha presidencial, Bolsonaro vem fazendo críticas à China. Os ataques também vêm de pessoas próximas ao presidente, como seus filhos, alidos e ex-integrantes do governo. Os ataques aumentaram durante a pandemia de coronavírus.

Em maio do ano passado, Bolsonaro insinuou que a pandemia seria parte de uma “guerra biológica” chinesa e que “os militares sabem disso”.

Em outras oportunidades, o presidente disse, sem citar o nome do país, que o vírus pode ter sido criado propositalmente na China.

Também no ano passado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, culpou o país asiático pela Covid-19.

Nas redes sociais, o parlamentar publicou uma mensagem que dizia: “Quem assistiu (à série) Chernobyl vai entender o q ocorreu. Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. +1 vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas q salvaria inúmeras vidas. A culpa é da China e liberdade seria a solução”.

Na época, a Embaixada da China no Brasil repudiou os comentários do deputado e disse que as declarações eram “extremamente irresponsáveis” e pediu para que Eduardo pedisse “desculpas ao povo chinês”.

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