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Mortalidade de crianças Yanomami supera a de Serra Leoa, diz relatório

O relatório “Missão Yanomami” foi elaborado por técnicos do Ministério do Saúde entre 15 e 25 de janeiro deste ano

atualizado

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Fernando Frazão/Agência Brasil
Jovem yanomami segura bebê no colo - Metrópoles
1 de 1 Jovem yanomami segura bebê no colo - Metrópoles - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Relatório divulgado pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (7/2), mostra que em 2020, primeiro ano da pandemia, o número de óbitos na terra indígena Yanomami foi de 10,7 para cada mil habitantes.

O número de crianças de até um ano mortas no território superou o registrado na Serra Leoa, país africano que sempre liderou em mortes infantis. De acordo com o indíce da Organização das Nações Unidas (ONU), por ano, o país registra 8,2 mortes a cada mil nascidos.

No relatório “Missão Yanomami”, a avaliação foi feita por técnicos do Ministério do Saúde entre 15 e 25 de janeiro deste ano. Os dados também apontam que as mortes totais afetaram, em sua maioria, as faixa-etárias de 1 a 19 anos.

Segundo o documento, as principais causas de mortes estão associadas a: malária, pneumonia, desnutrição e acidentes com animais peçonhentos.

O garimpo ilegal afeta diretamente na condição de saúde dos habitantes da região, uma vez que propicia um ambiente em que essas doenças se desenvolvem com mais facilidade e, pela dificuldade de acesso à saúde, acabam matando que as contrai.

Hospitalizados

As secretarias de saúde de Boa Vista e de Roraima informaram ao Metrópoles nesta quarta-feira (9/2), que 55 crianças da etnia Yanomami estão internadas na capital, sendo que três estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os pacientes estão no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) e no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth.

Ao todo, 62 crianças indígenas de várias etnias estão internadas no HCSA, única unidade de saúde com estrutura necessária para o atendimento de pacientes com idades entre 0 e 12 anos.

Entre as principais causas de internação das crianças Yanomami estão: doença diarréica aguda, gastroenterocolite aguda, desnutrição, desnutrição grave, pneumonia, acidente ofídico e malária.

A Secretaria de Saúde do Estado de Roraima informou que até essa terça-feira (7/2) 11 indígenas da etnia Yanomami seguem internados no Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento e um paciente está na UTI. No Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, seis dos 55 pacientes Yanomami são recém-nascidos.

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