Moro relembra dia em que não reconheceu Bolsonaro no aeroporto
Ministro da Justiça contou que depois do ocorrido ligou para o então candidato à presidência para se desculpar
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, não reconheceu o presidente Jair Bolsonaro (então candidato à presidência) na primeira vez que os dois se viram pessoalmente, em 2018. Moro aproveitou a entrevista que concedeu ao filho de Bolsonaro, Eduardo, para esclarecer uma curiosa passagem da campanha de 2018, quando os dois se cruzaram no Aeroporto JK, em Brasília, e o então parlamentar foi deixado “no vácuo” pelo então juiz federal.
O encontro ocorreu no dia 3 de março de 2018, no terminal brasiliense. Vídeos publicados nas redes sociais mostram que Bolsonaro se coloca à frente de Moro e bate uma continência, mas o juiz apenas o cumprimenta rapidamente e sai, apressado.
“Aquele episódio eu estava lá, conversando com a hoje senadora Mara Gabrilli [PSDB-SP] e tinha um certo assédio das pessoas, toda hora pessoal ia lá interromper”, contou ele, na primeira entrevista de uma série iniciada neste sábado (15/02/2020) no canal do YouTube de Eduardo Bolsonaro. “Ai terminei de falar com ela e veio seu pai. E eu não reconheci, na verdade. Ele fez a continência e tal. Eu cumprimenteio-o e sai”, completou o hoje ministro de Bolsonaro.
Moro então conta que telefonou para Bolsonaro: “Depois vi na imprensa comentários que eu teria o esnobado ou coisa assim. Não é do meu feitio ser mal-educado com ninguém. Então, na época, eu liguei pro seu pai e disse olha: peço desculpas pela exploração do episódio, não foi minha intenção”.
O ministro, porém, voltou a dizer que só foi sondado para o ministério uma semana antes do segundo turno, em novembro daquele mesmo ano. “Fui sondado pelo ministro Paulo Guedes uma semana antes do segundo turno, se aceitaria, e depois falei com o seu pai depois que ele foi eleito”, contou.
O vídeo completo está disponível no canal de Eduardo. Veja:
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Na mesma entrevista, publicada neste sábado, Moro contou que é “simpático” à ideia de reduzir a maioridade penal para 16 anos em casos de crimes “gravíssimos” e criticou o filme Democracia em Vertigem, documentário brasileiro indicado ao Oscar este ano e que mostra uma visão pessoal da diretora Petra Costa sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT): “um desserviço aos fatos porque é uma visão muito deturpada dos acontecimentos”, disse Moro.