Moro elogia autonomia da PF em governos de Lula e Dilma
Atual ministro da Justiça anunciou que vai sair do cargo após tentativa de interferência política de Bolsonaro na PF
atualizado
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Em crítica dura ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, elogiou a autonomia da Polícia Federal (PF) durante os últimos governos petistas.
“Foi garantida a autonomia da Polícia Federal durante esses trabalhos de investigação”, disse, mesmo fazendo a ressalva de que “é certo que o governo na época tinha inúmeros defeitos, aqueles crimes gigantescos de corrupção”.
No discurso, Moro pontuou que, caso os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff interferissem na Lava Jato, por exemplo, teria sido um absurdo.
“Imagina se, durante a própria Lava Jato, o ministro, diretor-geral, a então presidente Dilma, o ex-presidente Luiz, ficassem ligando para a Superintendência de Curitiba para colher informações”, disparou.
Segundo Moro, o grande problema é que Bolsonaro não apresentou nenhuma justificativa plausível para querer trocar o comando da Polícia Federal.
“O presidente me disse, mais de uma vez, expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, colher informações, relatório de inteligência”, revelou o ministro.
Moro anunciou nesta sexta-feira (24/04) que vai deixar o comando do ministério. Ele não ficou satisfeito com a atuação de Bolsonaro, que exonerou Maurício Valeixo da direção-geral da PF.
O ministro citou como exemplo os ex-presidentes petistas para criticar a interferência política Bolsonaro no comando da corporação.