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Moro diz que agora vai descansar e depois procurar um emprego

O ex-juiz da Lava Jato afirmou que abandonou 22 anos de magistratura, mas que quando decidiu ser ministro sabia dos riscos

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Sergio Moro sorrindo e várias pessoas ao redor, algumas de máscaras
1 de 1 Sergio Moro sorrindo e várias pessoas ao redor, algumas de máscaras - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ao fim do anúncio de sua demissão, no início da tarde desta sexta-feira (24/04), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou que, agora, deve descansar um pouco e depois vai procurar um emprego. Ele deixa a pasta após um ano e quatro meses no primeiro escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Moro afirmou que a decisão de deixar o cargo e o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um “caminho sem volta”, mas que ele sabia dos riscos. “O meu futuro pessoal, após isso, eu abandonei esses 22 anos de magistratura. Infelizmente é um caminho sem volta. Mas quando eu assumi, eu sabia dos riscos, vou descansar um pouco. Nesses 22 anos foi muito trabalho.”

Durante todo o período em que atuou como juiz da Operação Lava Jato e no governo, como ministro, Moro admite que praticamente não teve descanso. Ressaltou também que em nenhum dos cargos ele enriqueceu.

“Vou procurar, mais adiante, um emprego. Não enriqueci no serviço público. Nem como magistrado nem como ministro. E quero dizer que, independentemente de onde eu esteja, eu sempre vou estar à disposição do país pra ajudar o que quer que seja , ajudar neste período da pandemia com outras atitudes, mas, enfim, sempre respeitando o mandamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta gestão, que é fazer a coisa certa sempre”, finalizou.

Interferência política

Ao deixar o Ministério da Justiça, Moro falou claramente sobre a interferência política na Polícia Federal e acusou Bolsonaro de querer controlar as investigações do órgão. Para ele, essa é a principal razão para que tenha decidido sair do cargo.

“O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência. Não é o papel da PF”, afirmou o ex-juiz da Lava Jato.

Ele fez uma avaliação sobre sua atuação na pasta e destacou com elogios os programas realizados na área de segurança, mas que muitos não puderam ter bons avanços, porque o Ministério da Justiça está voltado agora ao enfrentamento da pandemia de coronavírus.

Mais cedo, o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo, foi exonerado do cargo.

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