Moro diz estar de bem com Maia: “Depois da tempestade, vem a bonança”
“Há plenas condições de dialogar e construir juntos uma agenda sob a liderança do presidente”, disse o ministro da Justiça
atualizado
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“Depois da tempestade, vem a bonança”. Foi com esse dito popular, baseado no Evangelho de Mateus, que o ministro da Justiça e da segurança Pública, Sergio Moro, quis ilustrar em que pé está a sua queda de braço com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Depois de um intenso bate-boca, na semana passada, em torno da tramitação do pacote anticrime de Moro entre os deputados, o ministro tratou de pôr panos quentes.
“Houve algumas declarações ásperas, mas isso é absolutamente superável. Há plenas condições de dialogar e construir juntos uma agenda sob a liderança do presidente Jair Bolsonaro (PSL)”, disse o ministro.
As declarações foram feitas nesta segunda-feira (25/3), após o ministro participar de cerimônia no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), onde assistiu ao lançamento do Peer Review (Revisão por Pares) elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em torno da legislação e política de concorrência do Brasil.
Aos jornalistas, o ministro da Justiça assegurou que o diálogo com o presidente da Câmara permanecerá “Nós temos um bom relacionamento”, ressaltou.
Os ânimos entre ministro e deputado se acirraram na última quarta (20), quando Maia acusou Moro de desrespeitar um acordo feito com o presidente Jair Bolsonaro. Cobrado publicamente pelo ministro a colocar em discussão o pacote anticrime apresentado no mês passado, Maia o desautorizou e o acusou de “copiar” outro projeto que já tramita na Casa.
“Moro está desrespeitando acordo meu com o governo. Nosso acordo é priorizar a reforma da Previdência. Espero que ele entenda que hoje ele é ministro de Estado. Ele está abaixo do presidente. Eu já disse a ele que esse projeto vai ser posterior à Previdência”, reagiu Maia.
Moro, por sua vez, avisou, na sexta (22) que iria procurar o presidente da Câmara para desfazer os mal-entendidos e restabelecer um diálogo respeitoso em torno da tramitação do pacote anticrime.
O ex-juiz minimizou a troca de farpas entre ele e o deputado e afirmou que ruídos são normais em debates públicos, mas que respeita a autoridade do presidente da Câmara.