Moro diz a Ratinho que ataque hacker quer conter avanços da Lava Jato
Após vazamentos de mensagens entre o ex-juiz e procuradores, o ministro da Justiça falou sobre o caso em programa do SBT
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, avalia que o que classificou como “ataques hackers” que resultaram nos vazamentos de supostas mensagens trocadas entre ele e procuradores da Lava Jato têm como objetivo “obstaculizar os avanços da operação”. A declaração foi feita em entrevista ao Programa do Ratinho, do SBT, que foi ao ar na noite desta terça-feira (18/06/2019).
Nesta noite, uma nova conversa publicada pelo site The Intercept mostra que Sergio Moro questionou uma investigação feita contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A gravação do programa, no entanto, foi anterior à divulgação da informação.
Moro, chamado de “único herói brasileiro” pelo apresentador, reforçou que a movimentação estaria sendo feita por um grupo criminoso organizado, com “um objetivo grave”.
“A gente não está falando de um adolescente na frente do computador querendo fazer estripulias”, descreveu o ministro.
O ex-juiz descartou que o vazamento de mensagens tenha sido feito de forma lícita e disse que “viu” as tentativas de invasão no seu celular. Ainda assim, Moro não confirma a veracidade do conteúdo.
“Eu vi meu telefone. Eu vi a tentativa de ele ser atacado. Vi o meu número me ligando três vezes”, descreveu.
Perguntado por Ratinho sobre uma passeata de apoiadores programada para o dia 30 de junho, Moro afirmou que as pessoas percebem a existência de um movimento que quer “a volta da impunidade”.
“Se nós olharmos aos últimos cinco anos, houve uma mudança. Pessoas que a gente nunca imaginou que responderam a processos, que seriam condenados. As pessoas percebem, muitas vezes, que isso gera uma reação. As pessoas percebem isso e querem manifestar o seu apoio”, explicou.
Ao fim da entrevista, o ministro se comprometeu com o combate à criminalidade no país e fez referência aos episódios de vazamentos de conversas. “Vamos continuar trabalhando mesmo quando há ações criminosas para atrapalhar”, disse.