Moro deseja “longa vida” à Operação Lava Jato em meio a vazamentos
Ministro da Justiça compartilhou ação da PF que prendeu Márcio Lobão, filho do ex-ministro Edison Lobão
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, desejou nesta terça-feira (10/09/2019) “longa vida” à Operação Lava Jato. O comentário é feito em meio a uma série de reportagens que apontam, com base em diálogos vazados, suposta parcialidade em ações judiciais quando ainda atuava como juiz federal.
“Polícia Federal segue firme contra a corrupção e a lavagem de dinheiro. Longa vida à Operação Lava Jato”, escreveu Moro, ao compartilhar informação da 65ª fase da força-tarefa, que prendeu Márcio Lobão, filho do ex-senador e ex-ministro Edison Lobão (governos Lula e Dilma).
Batizada de Galeria, a operação retweetada por Moro investigou suspeitas de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em decorrência do pagamento de propinas relacionadas a contratos com os grupos Estre e Odebrecht, para a construção de usina hidrelétrica no Pará e em ações relacionadas à Transpetro, subsidiária da Petrobras.
Polícia Federal segue firme contra a corrupção e a lavagem de dinheiro. Longa vida à Operação Lava Jato. https://t.co/0xD6NEBfnY
— Sergio Moro (@SF_Moro) September 10, 2019
Sergio Moro foi juiz da Lava Jato em Curitiba (PR) responsável pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele assumiu o Ministério da Justiça no começo deste ano, convidado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Hoje, o chefe da pasta balança ante desalinhamentos com o chefe do Executivo e vazamentos de mensagens trocadas com procuradores da Lava Jato, entre eles Deltan Dallagnol.
Operação Galeria
A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira (10/09/2019), Márcio Lobão, suspeito de ser o responsável por fazer ajustes no pagamento e coletar propinas que seriam atribuídas ao pai.
Segundo a PF, “valores indevidos teriam sido incorporados, com o decorrer do tempo, ao patrimônio dos investigados por meio de complexas operações de lavagem de dinheiro, tais como transações sobrevalorizadas de obras de arte, inclusive em nome de laranjas, simulações de compra e venda de imóveis e de empréstimos, depósitos fracionados em espécie e utilização de contas e transações financeiras no exterior”.
A Procuradoria do Paraná informou que as provas indicam para propinas entregues em espécie a escritório de advocacia ligado à família Lobão, localizado no Rio. Somados, os valores dos contratos com a subsidiária da Petrobras chegam a R$ 1 bilhão, de acordo com o Ministério Público Federal no Paraná.