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Para Moro, repercussão do “In Fux we trust” foi sensacionalismo

O ministro participa de sessão na CCJ do Senado para explicar conversas vazadas pelo site The Intercept Brasil nas últimas duas semanas

atualizado

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1 de 1 Sergio-Moro3 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse não se recordar das mensagens que trocou com procuradores da Lava Jato há alguns anos. No entanto, contou que pode ter falado sobre confiar “no ministro x”. “Confio no Supremo [Tribunal Federal] como instituição. Ali há uma mensagem citando um ministro específico, mas é um sensacionalismo”, comentou ao se referir à frase “In Fux we trust”, que teria sido dita por ele no grupo.

Para Moro, a divulgação do site The Intercept Brasil seria para “constranger o STF”. O ex-juiz participa de sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nesta quarta-feira (19/06/2019), para dar explicações sobre o vazamento.

Na mesma oportunidade, o ministro negou que haja qualquer conluio com o Ministério Público e criticou o site de notícias pela divulgação das conversas. “A divulgação dessas mensagens está repleta de sensacionalismo. O veículo não me procurou antes da publicação de nenhuma reportagem. O fato é que não posso dizer se são autênticas ou não”, comentou. O ex-juiz disse ainda que “é muito comum que juízes e promotores se comuniquem”.

“Não é incomum que juiz converse com promotor, advogado, policial. Não é incomum que receba procuradores e se converse sobre diligências, é absolutamente normal. Eu sempre agi conforme a lei, e aplicar a lei com esses poderosos não era algo fácil”, pontuou.

Moro afirmou não ter certeza sobre a autenticidade das mensagens vazadas, mas, se de fato as conversas existiram, tem a convicção “da correção de todos os atos como juiz”. “Nunca atuei nesses processos movido por questão ideológica. O fato de ter emitido sentenças contra agentes políticos me trouxe dissabores. Sou atacado por ter cumprido meu dever. Não senti satisfação pessoal por emitir juízos condenatórios”, comentou.

O ex-juiz defendeu que houve uma aplicação imparcial da lei na Lava Jato. “Desde domingo, fiquei esperando as grandes revelações bombásticas. ‘É o incrível escândalo que encolheu’, como diz um artigo que li”, atacou.

Em relação às conversas mais recentes entre Moro e os procuradores, que envolvem o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “O site divulga que o juiz interferiu, obstruiu um caso que não era meu. Nunca passou pelas minhas mãos. Como eu fiz alguma coisa?”, questionou.

Convite
Pouco antes das 9h desta quarta-feira, Sergio Moro chegou ao Senado Federal para participar de sessão da CCJ. Ele presta esclarecimentos sobre a divulgação de conversas vazadas entre ele e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. Um esquema de segurança reforçado foi montado para a presença do ministro no Congresso Nacional.

Assista:

Presidente da CCJ, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) já informou que a exposição de Sergio Moro terá duração de 30 minutos. Em seguida, os senadores inscritos, intercalados por ordem de partido, terão cinco minutos para réplica. O chefe da pasta da Justiça terá o mesmo tempo para resposta. Após isso, os parlamentares terão prazo máximo de dois minutos para réplica e tréplica.

“Moro não está aqui nem na função de testemunha, muito menos de investigado. Ele que se colocou à disposição e se prontificou ao Senado Federal”, afirmou a presidente da CCJ, Simone Tebet.

Moro é cobrado sobre as informações publicadas na imprensa de uma suposta colaboração dele com procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato enquanto era juiz federal. Na terça-feira (18/06/2019), a CCJ também aprovou requerimento de convite ao procurador Deltan Dallagnol. O pedido foi apresentado pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA).

Nas últimas duas semanas, o site The Intercept Brasil tem divulgado uma série de reportagens sobre essa suposta troca de colaboração entre o ex-juiz e procuradores da Lava Jato.

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