Moro aposta em mais repressão policial associada a programas sociais
Ministro da Justiça apresentou detalhes do seu plano de segurança para o presidente Jair Bolsonaro
atualizado
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A primeira fase do plano de segurança pública que o ministro da Justiça, Sergio Moro, deve anunciar na próxima semana prevê aumento expressivo da repressão policial e, ao mesmo tempo, o direcionamento de programas sociais do governo federal para áreas consideradas mais vulneráveis. Detalhes do plano foram apresentados nesta quinta-feira (4/4) por Moro ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), numa reunião no Palácio do Planalto. São informações de O Globo.
Segundo o que uma das autoridades responsáveis pela execução das medidas, o plano será implementado em caráter experimental em cinco cidades, uma de cada região do país.
Para facilitar a análise de resultados, foram escolhidos municípios com aproximadamente 500 mil habitantes. Na lista consta uma capital de médio porte. Antes de levar a proposta a Bolsonaro, Moro apresentou o plano aos ministros da Paulo Guedes (Economia), Osmar Terra (Cidadania) e Gustavo Canuto (Desenvolvimento Social).
De acordo com um auxiliar do ministro da Justiça, Guedes gostou muito da ideia. Isso deixou a equipe de Moro animada. A ampliação de programas sociais, que depende sempre de mais recursos, é considerada uma peça fundamental do pacote de segurança.
A ideia é não repetir os supostos erros das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), no Rio de Janeiro. As UPPs fizeram sucesso no início, mas por falta de medidas sociais complementares e da corrupção policial entraram em decadência.
Pela proposta, o Ministério da Justiça fará “contratos” com governadores e prefeitos das cidades a serem contempladas com o plano. Cada parte se comprometerá a realizar determinadas tarefas. Ao final, o sucesso ou o fracasso de cada iniciativa poderá ser atribuído devidamente a quem mereça.
Erros dos planos passados
Para a equipe de Moro, um dos erros dos planos passados era não deixar explícitos o papel de cada área na gestão dos programas.
A ideia central do plano é intensificar a repressão policial nos bairros mais castigados pela violência. Uma das primeiras medidas deverá ser a identificação e o cumprimento de mandados de prisão em aberto.
Com a retirada de criminosos já procurados pela polícia de circulação, o governo entende que dará um recado restabelecimento da autoridade do estado na região. Para ampliar essa imagem, estas áreas terão forte presença da Força Nacional.
O plano nacional de segurança deverá ser incluído no pacote de medidas que Bolsonaro divulgará como as principais realizações nos 100 primeiros dias da administração dele. Um pacote de medidas voltadas especificamente para a segurança pública vinha se tornando uma sistemática cobrança contra o governo.
Os primeiros a levantar a voz foram críticos do pacote anticrime de Moro. Mas a insatisfação já tinha chegado a base governista, que esperava medidas mais enérgicas do governo na área.