Moraes só informou Aras sobre operação contra empresários na véspera
PGR divulgou nota na qual classifica como “procedimento não usual” a entrega de cópia da decisão do ministro do STF
atualizado
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou, na tarde desta terça-feira (23/8), que o procurador-geral, Augusto Aras, só foi intimado pelo ministro Alexandre de Moraes na véspera da operação contra empresários bolsonaristas que defenderam um golpe de Estado. As ordens judiciais foram cumpridas pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (23/8).
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) oficiou a PGR na segunda-feira (22/8), abrindo possibilidade para que os procuradores acompanhassem e sugerissem as diligências, caso desejassem.
Em nota, a PGR diz que não houve intimação pessoal da ordem, conforme previsão legal, “apenas entrega — em procedimento não usual — de cópia da decisão, na tarde dessa segunda-feira (22)”, em sala situada nas dependências do STF, onde funciona unidade de apoio aos subprocuradores-gerais da República e ao PGR.
“Os autos ainda não foram remetidos à Procuradoria-Geral da República (PGR) para ciência formal da decisão do dia 19 de agosto, que determinou as diligências cumpridas nesta manhã”, prossegue o texto da PGR.
Moraes atendeu a pedidos da Polícia Federal, no âmbito do inquérito das milícias digitais, para determinar a operação desta terça.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências de Afrânio Barreira Filho, dono do grupo Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; Luciano Hang, do grupo Havan; André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, da Mormaii; Meyer Nigri, da Tecnisa; e José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro.
Moraes determinou ainda o bloqueio das contas bancárias dos empresários, das contas dos empresários nas redes sociais, a tomada de depoimentos e a quebra de sigilo bancário.
O colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, revelou, na semana passada, que empresários defenderam abertamente um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula (PT) seja eleito em outubro, derrotando o atual presidente.