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Miranda rebate CGU e diz que governo tenta “minimizar” suspeitas

CGU disse, nesta quinta (29/7), não ter identificado irregularidades na negociação da vacina Covaxin; o contrato, porém, foi cancelado

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Deputado Luis Miranda, do DEM do Distrito Federal, durante coletiva após depor na sede da Polícia Federal, em Brasília 2
1 de 1 Deputado Luis Miranda, do DEM do Distrito Federal, durante coletiva após depor na sede da Polícia Federal, em Brasília 2 - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) rebateu a fala do ministro Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União, que afirmou não ter detectado irregularidades no preço, nem nos prazos processuais, do contrato feito para aquisição da vacina indiana Covaxin.

Para justificar a materialidade das ilicitudes, Miranda citou o rompimento da produtora indiana do imunizante, a Bharat Biotech, com a Precisa Medicamentos. “É preciso tratar o caso com a seriedade que merece, pois envolve inúmeras vidas que poderiam ter sido salvas. A busca por minimizar o que está diante dos olhos do país é mais um duro golpe nas famílias de vítimas da pandemia”, argumentou o congressista.

O parlamentar também criticou a declaração de Rosário sobre o irmão dele, o servidor Luis Ricardo Miranda. O ministro da CGU disse não ver motivos para “dar parabéns” ao funcionário público por ter denunciado irregularidades na negociação entre o governo e a Precisa.

“Ele recebe um salário para fazer o trabalho que ele fez. Aquela é a obrigação dele”, declarou Wagner Rosário. Em resposta ao ministro, o congressista irmão de Luis Ricardo avaliou que a fala é “equivocada e distante da realidade”.

“Levamos ao conhecimento do presidente da República a pressão atípica sofrida pelo meu irmão, em um contrato de R$ 1,6 bilhão, com uma empresa que possui histórico de inidoneidade”, explicou.

O deputado ainda relembrou o passado polêmico da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde. A empresa foi responsável por intermediar as tratativas pela compra do imunizante no Brasil. Diante dos indícios, o governo decidiu suspender e, posteriormente, cancelou o contrato com a companhia.

Entenda

Nome central na denúncia de irregularidades na compra da vacina Covaxin contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o servidor Luis Ricardo continua trabalhando e teve a conduta defendida pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), Luis Ricardo Miranda disse ter sofrido “pressão atípica” de outra autoridade da pasta para assinar o contrato com a empresa Precisa Medicamentos, que intermediou o negócio com a Bharat Biotech.

Inicialmente, o governo pretendia comprar 20 milhões de doses da Covaxin. O imunizante indiano constava no cronograma do Ministério da Saúde desde 17 de fevereiro. Ao todo, seria gasto R$ 1,6 bilhão com as doses.

“Luis Ricardo Miranda é servidor de carreira do Ministério da Saúde. Ainda não foi encontrado elemento para instruir PAD [processo administrativo disciplinar]. Ele continua exercendo suas funções”, destacou Queiroga.

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