Ministros generais rebatem declaração de Barroso: “Sem fundamento”
Heleno disse que a acusação não procede e que as Forças Armadas ajudam na lisura do processo. General Ramos também criticou declaração
atualizado
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Os generais Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria-Geral da Presidência, saíram em defesa das Forças Armadas após a declaração do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Heleno afirmou que a fala de Barroso sobre Forças Armadas estarem sendo orientadas a atacar e desacreditar o processo eleitoral “não procede”. “É inconsistente e sem fundamento”, disse o general, acrescentando que os militares ajudam na “lisura do evento”.
Forças Armadas “estão sendo orientadas a atacar e desacreditar” o processo eleitoral, diz Min Barroso. Essa afirmação não procede; é inconsistente e sem fundamento. FA, “convidadas para participar do processo”, estão sendo orientadas, como sempre, a ajudar a lisura do evento.
— General Heleno (@gen_heleno) April 24, 2022
Já Ramos disse que as Forças Armadas “estarão sempre vigilantes pelo bem do nosso povo, do nosso Brasil”.
Durante palestra no Brazil Summit Europe, seminário promovido pela Universidade Hertie School, da Alemanha, Barroso afirmou que as “as Forças Armadas estão sendo orientadas para atacar o processo [eleitoral] e tentar desacreditá-lo.”.
O ministro, que é ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não citou quem estaria orientando as Forças Armadas contra o processo eleitoral. O presidente Jair Bolsonaro (PL), porém, já questionou reiteradas vezes a segurança das urnas eletrônicas.
Para Barroso, as Forças Armadas não irão sucumbir a esse movimento. “Tenho a firme expectativa de que as Forças Armadas não se deixem seduzir por esse esforço de jogá-las nesse universo indesejável para as instituições de Estado, que é o universo da fogueira das paixões políticas”, destacou.
Barroso rebateu qualquer suspeita de fraude no processo eleitoral. “Desde 1996 não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente limpas, seguras”, afirma.
O ministro afirmou que o Brasil é um dos países que passa pela ascensão do que chamou de “populismo autoritário” e defendeu o papel das Supremas Cortes. “Elas são obstáculo ao populismo autoritário”, frisou.
Em nota, o Ministério da Defesa disse que a fala de Barroso é “ofensa grave”. O órgão disse que “repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que as Forças Armadas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia”. A manifestação oficial é assinada pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, assinalou o general.
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