Michel Temer exonera ministros para garantir votos na CCJ
O governo tem adotado a estratégia de licenciar ministros a fim de ganhar mais apoio em votações importantes no Congresso
atualizado
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O Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (18/10) traz a exoneração de dois ministros de Michel Temer: Fernando Coelho Filho, de Minas e Energia, e Raul Jungmann (foto), da Defesa. O presidente tem adotado a estratégia de licenciar integrantes do governo para ganhar mais apoio em votações importantes no Congresso. Tanto Coelho Filho quanto Jungmann são deputados federais.
A versão oficial do Planalto é que os dois foram exonerados para a apresentação de emendas. A decisão de Temer, no entanto, retira da Câmara os suplentes Creuza Pereira (PSB-PE) e Severino Ninho (PSB-PE). A manobra seria uma tentativa de enfraquecer a ala do PSB que pede a destituição da líder do partido, Tereza Cristina (PSB-MS), e garantir a presença de Danilo Forte (PSB-CE) e Fábio Garcia (PSB-MT) como titulares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que avalia o relatório sobre a segunda denúncia enviada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer.
Júlio Delgado (PSB-MG) atacou a decisão do presidente. “Vamos tentar reverter essa atitude do governo de intromissão clara num partido politico no desejo de blindar o senhor Michel Temer”, disse.
Forte e Garcia votaram pelo arquivamento da primeira denúncia contra o presidente na CCJ. Além deles, o PSB possui mais dois titulares no colegiado: Júlio Delgado e Tadeu Alencar (PSB-PE), favoráveis ao andamento da denúncia.