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Ministro sobre Ucrânia: “Brasileiros só serão retirados com segurança”

Há cerca de 500 brasileiros vivendo na Ucrânia. Mais cedo, Itamaraty disse que, atualmente, não há condições de resgate dos cidadãos

atualizado

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EBC
Carlos França
1 de 1 Carlos França - Foto: EBC

Ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, informou nesta quinta-feira (24/2) que o governo está elaborando um plano de contingência para a retirada de cidadãos brasileiros que estejam na Ucrânia. Segundo o chanceler, no entanto, os brasileiros só serão retirados do país quando houver condições “ideais de segurança”.

“Em contato com o Ministério da Defesa e autoridades militares do exterior, nós já estamos elaborando um plano de contingência para a retirada desses cidadãos brasileiros. Ele envolve contato com países vizinhos, como Polônia, Romênia e, claro, negociação intensa com autoridades ucranianas, que têm controle do território lá”, disse o ministro do Itamaraty, ressaltando que a retirada, quando ocorrer, deve ser feita por via terrestre, uma vez que o espaço aéreo do país está fechado.

De acordo com o Itamaraty, há cerca de 500 brasileiros vivendo na Ucrânia. Os cidadãos podem entrar em contato com o corpo diplomático brasileiro por meio do site da embaixada brasileira em Kiev, na página no Facebook e em um grupo do aplicativo Telegram.

Também nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro foi às redes dizer que está “totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia”. Ele não comentou o conflito. Durante a live, o presidente se limitou a dizer que o governo quer paz entre as partes e criticou o vice, Hamilton Mourão por ele ter se manifestado sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. Mais cedo, o general afirmou que o Brasil não concorda com a invasão do país ucraniano.

Na transmissão nas redes sociais, o chefe do Executivo brasileiro disse que a competência para falar sobre assuntos do tipo é do presidente, não do vice.

“Deixar bem claro: o artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso — e falou mesmo, eu vi as imagens — está falando algo que não deve. Não é de competência dela. É de competência nossa”, disse Bolsonaro

Ucrânia tem 57 mortos e 169 feridos após bombardeios da Rússia

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Após sucessivos bombardeios, o país tenta, junto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), negociar um cessar-fogo
Tanques militares russos e veículos blindados avançaram em Donetsk, Ucrânia, região que teve a independência russa reconhecida nos últimos dias
Autoridades de segurança ucranianas garantem que há combates em quase todo o território e que os confrontos militares são intensos. Segundo o governo ucraniano, já passam de 200 os ataques russos ao país
Os militares da Ucrânia afirmaram que destruíram quatro tanques russos em uma estrada perto da cidade de Kharkiv, no leste do país, e mataram 50 soldados dos inimigos na região de Luhansk
A imprensa russa informou que membros de uma milícia em Donetsk, uma das regiões separatistas da Ucrânia, estão prontos para apoiar a invasão
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A invasão russa da Ucrânia ocorreu na madrugada de 24 de fevereiro, horário de Brasília. Logo em seguida, as sirenes da capital Kiev começaram a tocar. O som foi o primeiro alerta de um possível ataque aéreo na região

Reprodução
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Após sucessivos bombardeios, o país tenta, junto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), negociar um cessar-fogo

Gabinete do Presidente da Ucrânia
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Tanques militares russos e veículos blindados avançaram em Donetsk, Ucrânia, região que teve a independência russa reconhecida nos últimos dias

Foto de Stringer/Agência Anadolu via Getty Images
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Autoridades de segurança ucranianas garantem que há combates em quase todo o território e que os confrontos militares são intensos. Segundo o governo ucraniano, já passam de 200 os ataques russos ao país

Foto de Wolfgang Schwan/Agência Anadolu via Getty Images
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Os militares da Ucrânia afirmaram que destruíram quatro tanques russos em uma estrada perto da cidade de Kharkiv, no leste do país, e mataram 50 soldados dos inimigos na região de Luhansk

Foto de Oliver Dietze/picture Alliance via Getty Images
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A imprensa russa informou que membros de uma milícia em Donetsk, uma das regiões separatistas da Ucrânia, estão prontos para apoiar a invasão

Pierre Crom/Getty Images
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Segundo a agência de notícias Reuters, militares ucranianos afirmam ter abatido cinco aviões russos, além de um helicóptero, na região de Luhansk, um dos dois territórios separatistas da Ucrânia

Foto do Ministério do Interior da Ucrânia/Divulgação/Agência Anadolu via Getty Images
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Diante do ataque russo, cidadãos ucranianos deixaram as suas casas, localizadas em zonas de conflito, e recorreram aos trens

Omar Marques/Getty Images
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Pessoas também esperam ônibus em rodoviária na tentativa de deixar Kiev, capital da Ucrânia

Pierre Crom/Getty Images
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Habitantes de Kiev deixaram a cidade após ataques de mísseis pré-ofensivos das forças armadas russas e da Bielorrússia

Pierre Crom/Getty Images
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Dois soldados russos foram levados como prisioneiros pela Ucrânia após a operação militar da Rússia

Getty Images
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Estrutura ficou danificada após ataque de mísseis em Kiev

Chris McGrath/Getty Images
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Um foguete foi registrado dentro de um apartamento após bombardeio de tropas russas em Piatykhatky, Kharkiv, nordeste da Ucrânia

Future Publishing via Getty Images
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Ao redor do mundo, várias pessoas se manifestam contra o ataque russo à Ucrânia. "Pare a guerra", escreveu mulher em cartaz durante manifestação em frente ao Portão de Brandemburgo, na Alemanha

Kay Nietfeld/picture aliança via Getty Images
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A quantidade de aeronaves na base da Força Aérea dos EUA, na Alemanha, aumentou significativamente após os ataques russos à Ucrânia

Boris Roessler/picture Alliance via Getty Images

Putin ameaça quem tentar interferir no conflito

Os ataques à Ucrânia tiveram início na madrugada desta quinta-feira. Logo após autorizar o início das operações militares no leste da Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, fez um pronunciamento no qual fez ameaças e disse que quem tentar interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.

“Quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências nunca antes experimentadas na história”, disse o líder russo.

Ao comentar o conflito Rússia-Ucrânia, a União Europeia  afirmou que a situação é uma das mais sombrias no continente desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Os confrontos chegaram à região onde ficava a usina nucelar de Chernobyl e a Ucrânia diz temer que a batalha no local espalhe uma “nuvem radioativa”.

Tropas russas avançam, cercam Kiev e tomam controle de Chernobyl

Em conversa com empresários russos, Putin disse que se prepara para responder às sanções impostas pelo Ocidente após o Kremlin reconhecer duas áreas separatistas do leste ucraniano e iniciar uma operação de ataque contra o país vizinho.

Putin disse aos agentes financeiros que “foi obrigado” a tomar a decisão de atacar a Ucrânia e que “não tinha como agir diferente”.

Abaixo, veja quais são as áreas bombardeadas pela Rússia na Ucrânia: 

Arte mostra a fronteira da Rússia e a Ucrânia pontuando as áreas dos dois países, as províncias separatistas e áreas bombardeadas - Metrópoles
Quais são as áreas bombardeadas pela Rússia na Ucrânia

Ucrânia pede calma à população

Logo após o início das operações russas, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zenlensky, pediu calma à população e informou que está adotando a Lei Marcial – norma implementada em cenários de conflitos, crises civis e políticas, para substituir todas as leis e autoridades civis por leis militares.

“Caros cidadãos ucranianos, esta manhã o presidente Putin anunciou uma operação militar especial em Donbass. A Rússia realizou ataques contra nossa infraestrutura militar e nossos guardas de fronteira. Ouviram-se explosões em muitas cidades da Ucrânia. Estamos introduzindo a Lei Marcial em todo o território do nosso país. Hoje cada um de vocês deve manter a calma. Fique em casa se puder. Nós estamos trabalhando. O exército está trabalhando. Todo o setor de defesa e segurança está funcionando. Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos vencer todos porque somos a Ucrânia”, disse o presidente ucraniano.

EUA reage

Os Estados Unidos reagiram à notícia imediatamente e afirmaram, em nota, que o ataque da Rússia é injustificável e que o país pagará pelo que está causando ao mundo.

“Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma catastrófica perda de vidas e sofrimento humano. Apenas a Rússia é responsável pelas mortes e destruição que esse ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados irão responder de maneira unida e decisiva”, disse a Casa Branca.

Nesta tarde, o presidente Joe Biden anunciou uma série de restrições contra a Rússia. Veja quais são:

  • limite à capacidade da Rússia de fazer negócios em dólar, libra, euro e iene;
  • bloqueio às empresas estatais da Rússia dos mercados de dívida;
  • corte do maior banco da Rússia do sistema financeiro dos EUA;
  • bloqueio de metade das importações de alta tecnologia da Rússia;
  • congelamento de ativos da Rússia nos EUA.

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